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sábado 16 novembro 2024
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Pontos de vista em Paraty

 

Panorâmica da Mata Atlântica – cais de Paraty, ao fundo, a cúpula da igreja Santa Rita de Cássia, cartão-postal da cidade.

 

Considerado um dos primeiros trechos arquitetônicos da localidade – desenhista esboça o estilo colonial do casario.

Na época que o Brasil era chamado de colônia, aspectos de influências políticas e sócio-culturais formataram a história paratiense: o aldeamento, período do ouro e do café. A cidade de Paraty, localizada entre a serra do Mar e o oceano Atlântico, no litoral sul do Rio de Janeiro (RJ). Do Tupi-guarani, o étimo do nome Paraty, traduz-se por “peixe branco” ou “mar branco”.

Na fase colonial, caminhos percorridos com (ouro e pedras preciosas), riquezas extraídas do solo brasileiro eram destinadas a Portugal. Hoje, a Estrada Real é rota de turismo no país. Incentivo ao terceiro setor da economia.
Fundada no séc. XVI, já em 1660 era elevada a vila sob a invocação de Nossa Senhora dos Remédios. Atualmente, o conjunto barroco bem preservado, com sobrados do séc. XVII e começo do séc. XVIII, destacáveis pelo equilíbrio e pela simplicidade.

O “pulsar da cidade” de Paraty circula pelos espaços urbanos e periurbanos

Lateral da igreja Nossa Senhora das Dores – sossego legítimo da Natureza – por
detrás de cortina branca, da janela azul – o som do violino.

 

O Centro Histórico de Paraty está à margem das correntes principais do tráfego de veículos e cargas pesadas – o que contribui para preservar a sua arquitetura. A pavimentação das ruas com pedras de formatos irregulares proporciona ao visitante uma sensação do ambiente colonial. À frente e nas laterais, por onde se anda, estão edificações arquitetônicas coloridas e nas formas do estilo local. A cidade possui estrutura hoteleira, gastronômica, ateliê, lojas e comércio de artesanato. Oferece manifestações culturais – feiras literárias, desfiles de moda, exposições, festivais e shows de artistas de rua.

Atrativo das vendas de guloseimas pelo Centro Histórico.

 

Instante inédito no KM 578, trecho da BR–101, a quatro quilômetros de entrada da cidade de Paraty. Músico pedala uma Penny-farthing, modelo 1887, em plena rodovia Rio-Santos. O ciclista que coleciona bicicletas parou no acostamento, à margem da estrada, para conversar – tocar a vida em duas rodas, disse-lhe eu.

Wilson Gomes, natural de São Paulo (SP), radicado em Paraty. Morou nos Estados Unidos, Espanha e 15 anos na França. Wilson é um músico na carreira solo de Jazz, dá aulas particulares do gênero musical para profissionais e amadores. Ele conta que vê em sua música uma forma de expressão que pode, ou não, causar uma transformação no ouvinte. “Esse trabalho consiste em minha visão do mundo de sons, uma vinda para além do mundo dos tons. Eu tento fazer música do modo como sinto a própria música”, declarou.

Origem da Penny-farthing. Uma das primeiras bicicletas da história de modelo clássico. O nome se refere à comparação do tamanho de duas moedas britânicas, o penny e, o farthing, moeda em desuso no Reino Unido. Surgiu então, o biciclo ou Penny-farthing – roda maior, moeda grande = um pêni. E roda menor, moeda pequena = ao farthing, um quarto de pêni.

Wilson Gomes em sua Penny-farthing, de aço, aro da roda dianteira de
52 polegadas, com 1,5m de altura, na entrada de Paraty

Dia 5 de julho de 2019, a cidade de Paraty e a Ilha Grande foram declaradas Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura – Unesco. O local é registrado como primeiro patrimônio brasileiro, na categoria, lugar composto: de cultura e natureza.

 

Tibério de Sá Leitão – Jornalista