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quinta-feira 21 novembro 2024
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Política & Políticos – Eleições 2020 Taubaté (13)

Taubaté sonhou dormir no domingo com ares de mudança, renovação, vida nova, boa escolha. Antes, não fez sua parte, preguiçosamente não foi cumprir seu dever cívico, e não compareceu à sua seção eleitoral e não votou. O índice de abstenção, somado ao de votos em branco e nulos, daria para eleger um prefeito.

Lamentavelmente, o cidadão taubateano, é o responsável direto pela má noite dele próprio, o que o fez acordar de ressaca, má vontade, indisposição, e com gosto amargo de fel na boca, diante do que a Justiça eleitoral anunciava desde a noite de domingo anterior.

Taubaté, decepcionou, mais uma vez, foi derrotado por si próprio. De nada adianta agora fazer contas, analisar números, descobrir que houvesse maior comparecimento às urnas, mais votos nominais, a situação seria inversamente favorável a quem apresentava maiores e melhores condições e preparação para o exercício do cargo apregoado, o de prefeito municipal.

Foi como se a cidade se preparasse esportivamente para a disputa de um título, tivesse treinado, exaustivamente, incansavelmente, para a refrega, e na hora do jogo, seus atletas amarelassem (como no jargão esportivo), e perdessem o jogo único, numa disputa insípida, inodora, incolor, de causar vergonha e decepção aos seus habitantes.

E aconteceu. Vergonha. Decepção. Foi como acordar de um pesadelo, a hora que os canais de TV começaram a divulgar os resultados, as pessoas começando a tomar conhecimento da realidade, deu-se início a um processo de parafuso, torpor, na cabeça de cada um, descobrindo o que tinha feito, e prevendo os próximos quatro anos de desgraça que se abaterá sobre Taubaté, quadricentenária, mas, que terá de contar seus anos futuros passarem o mais breve possível, para tentar remendar a tremenda besteira que fez.

Taubaté foi derrotada por ela mesmo. Como pode isto? Não indo votar, não se conscientizando em qual o melhor, em que deveria votar, não buscando escolher bem para a cidade que o abriga e que o administra e que quer o seu bem estar. E que ele, como cidadão, deve retribuir com o dever cívico. Escolhendo bem o seu dirigente. Dando condições a que a cidade melhore sua situação em educação, saúde, segurança, bem estar social, mobilidade urbana, meio ambiente…

E Taubaté decepcionou mais uma vez. O que vamos ver, daqui para a frente, poderá ser uma reedição da política local, em 1983, quando assumiu a Prefeitura José Bernardo Ortiz, até então, um medíocre professor de engenharia e um engenheiro modesto, que trabalhava na Prefeitura de Caçapava, uma surpresa nas eleições do ano anterior, com desastrada atuação na condução do executivo taubateano, indispondo-se com o Legislativo, com empresa industrial, e outros segmentos da economia,, com isso, desencadeando num processo de impedimento, político, gerando em sua cassação pouco tempo após sua posse e assunção ao poder. Ele foi cassado, voltou ao poder com medida judicial protetiva, e até hoje influencia negativamente na política de Taubaté.

Saud no poder executivo local será a reedição do processo eleitoral que levou Ortiz velho ao poder.
Saud, neófito em política, não saberá conduzir Taubaté, pelos próximos quatro anos, sua pregação política é cambeta, não se apóia, nem se sustenta, e pode desabar a qualquer momento. Sua fala, pré e pós eleição, é vazia de recheio político administrativo, eivado de erros primários de administração pública, portanto, alvo fácil de seus adversários, políticos, que se assoberbarão diante do pequeno ser que governará ou tentará governar, Taubaté. pelos próximos quatro anos.

Sua fala, lenga-lenga, sem pé, nem cabeça, se verá diante de um muro intransponível, que será para ele a classe política, matreira, conhecedora dos corredores sinuosos do Legislativo e do Executivo, que serão um obstáculo no caminho do alcaide na sua ansiada e desejada pretensão de ser prefeito de Taubaté. Saud é uma reedição da ópera bufa que foi Ortiz quando eleito pela vez primeira.

Taubaté, acumula erros sobre erros, em sua história política recente, desde 1982, quando virou as costas para sua trajetória brilhante, elegendo um prefeito, desconhecido, sem eira, nem beira, na vida política, apenas um pretensioso e frustrado professor em busca de vingança pessoal contra suas constantes rejeições do sonho superior de ser reitor da Universidade de Taubaté. O sonho de Ortiz era ser reitor da Unitau, acabou prefeito por engano do povo de Taubaté, que caiu na lenga-lenga dele, e paga caro até hoje pelo erro cometido naquele ano. Pena imposta pela caduquice eleitoral, 38 anos entregue ao município tratado a pão e água.

Taubaté, não aprendeu a lição, voltou a errar, desta vez levando ao poder, alguém insignificante para tão alto cargo, despreparado, inseguro, que poderá levar a cidade à hecatombe, social, econômica e política.

Era uma vez uma pobre cidade pobre, que sonhou em ser rica e imperial, durante 38 anos, e quando acordou do sonho, não era imperial e nem rica, continuava pobre, e o pior, tendo agora como seu líder alguém aquém de suas tradições, de sua gente, de suas glórias e conquistas.

Pobre Taubaté, terá de amargar seu erro durante quatro anos, por isso, pode-se afirmar, Taubaté, depois de 38 anos, decepcionou outra vez. E pagará preço elevado pelo erro cometido.

Até daqui a outros 38 anos para se lavar a alma e começar tudo de novo.