Os petroleiros estão desde o dia 1° de fevereiro em greve e anunciam ampliação das paralisações. Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), já são 113 bases do Sistema Petrobras, em 13 estados do país, com mais de 20 mil petroleiros mobilizados. De acordo com a organização, estão em greve 53 plataformas, 23 terminais, 11 refinarias, 7 campos terrestres, 7 termelétricas, 3 Unidades de Tratamento de Gás (UTGs), 1 usina de biocombustível, 1 fábrica de fertilizantes, 1 fábrica de lubrificantes, 1 usina de processamento de xisto, 2 unidades industriais e 3 bases administrativas.
De um dia para o outro, houve adesões de três plataformas na Bacia de Campos, entre os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. A FUP diz que 33 das 39 plataformas da região entraram na greve. Em Manaus, no estado do Amazonas, também aderiram trabalhadores das termelétricas Jaraqui e Tambaqui, informa a organização.
Em greve desde 1º de fevereiro, os petroleiros cobram a suspensão da demissão de mil trabalhadores na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), previstas, segundo a FUP, paracomeçar hoje, sexta-feira, dia 14. Eles também exigem o cumprimento de outros pontos relacionados ao Acordo Coletivo de Trabalho. Segundo os trabalhadores do setor, a gestão da Petrobras tem se recusado a negocia
Na quarta-feira 12, representantes da categoria se reuniram com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Segundo os dirigentes, Maia e Alcolumbre se comprometeram a buscar uma saída para o impasse, em conjunto com o governo e com a direção da estatal.
A FUP também informou que, no encontro, queixou-se de que a gestão da Petrobras está “retalhando a empresa”, transformando ativos em subsidiárias para, assim, privatizar a estatal sem autorização legislativa.
Em junho de 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu a privatização de empresas do Estado sem a permissão do Congresso Nacional, mas autorizou que subsidiárias possam ser vendidas.
Ontem, a FUP afirmou, em comunicado, que gestores da estatal podem provocar desabastecimento no país.
“O objetivo do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, é colocar a população contra nós, trabalhadores, culpando os grevistas por um possível desabastecimento que venha a ocorrer. Se isso acontece, a culpa é da intransigência dos gestores. Por isso, alertamos a população para que fique atenta. A direção da Petrobras poderá provocar de forma premeditada desabastecimentos em algumas regiões do país”, escreveu a Federação.
Em comunicado, a FUP afirmou que vai pedir reconsideração sobre a decisão de Toffoli. Segundo a Federação, a greve está cumprindo todos os procedimentos legais e não há desabastecimento de combustíveis provocado pela paralisação. Além disso, alega que não existe, por parte dos petroleiros, impedimentos para o livre trânsito de bens e de pessoas no âmbito da estatal e de suas subsidiárias.