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sábado 21 setembro 2024
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Os passes coletivos e os individuais – parte 1/2

Os passes coletivos e os individuais – parte 1/2

• Jacob Melo
Para o entendimento acerca do que proponho tratar neste artigo gostaria de deixar claro o que defino como passe coletivo: trata-se daquela aplicação de fluidos em que um ou mais passistas se posicionam de frente ou lateralmente a várias pessoas, num ambiente único, e direcionam ou emitem fluidos para, com o auxílio da Espiritualidade, envolver a todos num mesmo “clima fluídico”, de uma só vez. Por outro lado, o passe individual é aquele em que um passista assiste diretamente a um paciente por vez, ainda que numa cabine coletiva.
Isto posto, a mim me parece ser evidente que, apesar da maioria dos passes aplicados nas Casas Espíritas ser feita de forma individual, são também muito comuns os passes coletivos. Apesar disso é usual estes serem equivocadamente pouco valorizados ou simplesmente desconsiderados. Uma grande maioria de pacientes (ou assistidos, como preferem alguns) considera o passe coletivo como sendo “fraco”, “genéricos demais” ou leva que o recebe a se aborrecer quando, ao final da reunião, é informado de que naquela oportunidade o passe será dessa modalidade.
Embora sem procurar culpados, com facilidade descobrimos o porquê disso.
Poucas são as Instituições que aplicam o passe coletivo de forma regular e natural. O mais comum é fazer-se uso dele apenas em situações ditas especiais ou emergenciais. Com essa prática, unida à crônica falta de informação ao público sobre os tipos e as condições com que a Casa aplica o passe, é mais do que natural que o público sofra de uma certa crise de desconfiança ante os resultados que seriam de se esperar dos passes coletivos. E essa desconfiança, reconheçamos, é um elemento extremamente danoso para a consecução dos resultados objetivados com o passe.
Todos sabemos que a fé é um elemento valioso num processo terapêutico qualquer; no passe não seria diferente. Portanto, considerando-se que o paciente já parte do princípio da desconfiança e do descrédito ao passe em análise, essa insegurança gerará um grande potencial de bloqueios, contrário ao que se esperaria de uma atitude de crédito e confiança.
Tudo isso tem origem no fato de que o mais comum uso dos passes coletivos se dá quando a reunião pública se estendeu demais, o público presente é quantitativamente muito grande ou há poucos passistas disponíveis na ocasião para atendimento individualizado às necessidades de todos. “Aciona-se” então o passe coletivo, o que termina soando como uma desculpa insustentável ou um paliativo para que o público não saia da Casa sem ao menos um “passezinho”. Nessas ocasiões, normalmente são proferidas palavras como: “Em virtude do adiantado da hora, vamos aplicar apenas o passe coletivo”; “Como são muitos pacientes e poucos passistas, daremos apenas o passe coletivo hoje; os tratamentos com outros passes ficarão para outro dia…”; “O passe hoje será coletivo, mas na próxima reunião voltaremos com o passe normal”… É, por conseguinte, mais do que racional que o público veja o passe coletivo como algo de menor valor, tipo um simples água-com-açúcarpara-enganar-bebê.
Na verdade, essas posturas precisam ser revistas, do contrário estaremos condenando os passes coletivos a um descrédito tão grave que será difícil a reversão.
Ao contrário de só vir a ser acionado quando “impedimentos” nos passes individuais se impuserem, os passes coletivos deveriam ser mais largamente empregados e seus alcances melhor explicados e explicitados. Para isso devem ser apresentados ao público em suas nuanças de alcance e efeito, e que os passistas e dirigentes também entendam essas mesmas circunstâncias. Quando todos sabemos o que fazemos, por que o fazemos e os benefícios do que fazemos, todos saímos ganhando.
• ( www.jacobmelo.com ; Matéria também publicada no “Correio Espírita do Rio de Janeiro” – Jul/2014).