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domingo 22 dezembro 2024
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Os lugares mais assombrados do estado de São Paulo

Há nessas paragens algo indefinível, que não se descreve, mas, sente-se; um gemido abafado e lúgubre que vaza da casa deserta, uma sombra escura que se expande na treva, o ar dos bosques subitamente embalsamado por cravos de defunto

Existe um imenso universo dentro de um Estado, um mundo de tradições, costumes e sotaques que reúne povos de diferentes partes do globo. Com mais de 45 milhões de habitantes, distribuídos pelos seus 645 municípios, o território paulista é o mais populoso do Brasil. Ao longo do século 19, a riqueza proporcionada pelo cultivo do café nas terras paulistas atraiu imigrantes do mundo todo.

São Paulo foi, de longe, o estado que mais deles atraiu. Dos 4,5 milhões de estrangeiros que chegaram ao Brasil, 3 milhões desembarcaram no porto de Santos e subiram a serra rumo ao interior do estado, em busca de trabalho nas lavouras. A entrada maciça de dezenas de etnias de imigrantes alterou costumes, práticas culturais e também o folclore regional.

E sendo o homem a fonte de criação de todos os mitos, na seara paulista, grande parte das histórias assombrosas que resistiram ao tempo teve origem portuguesa e italiana. Cada cidade abriga suas próprias histórias, lendas e curiosidades, principalmente as mais antigas que fizeram parte do cotidiano da economia cafeeira. Ocorrências horripilantes que sucederam após eventos trágicos em lugares que hoje carregam o estigma de serem visitados pelo sobrenatural.

Ainda que nada se comprove satisfatoriamente, há nessas paragens algo indefinível, que não se descreve, mas, sente-se. Um gemido abafado e lúgubre que vaza da casa deserta, uma sombra escura que se expande na treva, o ar dos bosques subitamente embalsamado por cravos de defunto.

Bolsa do Comércio do Café em Santos

Construída em 1922, a Bolsa movimentou fortunas na época em que o Brasil detinha 60% da economia cafeeira mundial. O prédio foi tombado como patrimônio cultural e abriga exposições permanentes. No local, quando anoitece, muitos julgam ouvir as vozes estridentes dos operadores de pregão ecoando pelo imenso salão central e do lado de fora, nas janelas, avistam-se os vultos dos barões do café.

Trem fantasma em Paranapiacaba

O atual distrito de Santo André surgiu no fim do século 19 como uma pequena vila para os trabalhadores do sistema ferroviário paulista que levava o café produzido no interior do Estado até o porto de Santos. Sua arquitetura flagrantemente influenciada pelos ingleses atrai grande fluxo de turistas que posteriormente contribuem na disseminação das histórias misteriosas contadas pelos locais.
Entre essas, a do trem fantasma que assusta o povo com súbitos deslocamentos de ar que saem de um dos túneis da região. Conta-se, ainda, que em algumas plataformas de embarque, se ouvem as vozes e lamentos dos funcionários que morreram durante a feitura das linhas.

Caminhos amaldiçoados em Descalvado

No interior, na cidade de Descalvado, a 250 km da capital paulista, existe um pequeno trecho de chão batido que conduzia a algumas fazendas produtoras de café da localidade. Conhecido como Chão Duro, o lugar foi palco de desairosos episódios envolvendo rixas, latrocínios e ajustes de contas que envolviam rabos de saia.
Ainda naquela época, passou a ser evitado pela população que mencionava aparições, gemidos e outras manifestações do sobrenatural. O local nos dias de hoje é menos terrificante que outrora, mas os valentes que por ali passam, dizem que ainda é possível ouvir o lamento enregelado das almas penadas, bem como avistar vultos se movendo nos barrancos.

Encontros macabros em Ribeirão Preto

Costuma-se dizer que no interior do Centro Cultural Palace, tombado pelo patrimônio público, é possível topar com fantasmas. Manifestações sobrenaturais ligadas à história do Palace Hotel que foi construído em 1924 para compor o Quarteirão Paulista de Ribeirão Preto. Cenário de um suicídio e dois assassinatos, entre esses, um esquartejamento, o lugar é, de fato, assustador à noite.

Assombração apaixonada em Sorocaba

Um casarão com mais de 120 anos, cujos cômodos são utilizados pelo comércio local, é assunto constante entre os munícipes. Anteriormente, um médico residiu ali, mas, segundo dizem, envolvera-se num caso de amor que terminou mal. A moça, sua amante e paciente, acabou se enforcando no local. As pessoas que trabalharam ali mencionam portas que se abrem e fecham sozinhas, ruído inexplicáveis nas velhas escadas e também cheiro de velas queimando.

Bonde da Morte em Campinas

No ano de 1931, foi implantada a linha do Bonde 11 que ligava o centro da cidade ao cemitério local. Curiosamente, a linha acabou sendo desativada. Os condutores, cobradores e passageiros relatavam eventos assustadores e a partir de então se negavam a trafegar até aquele ponto. Entre os relatos, houve aquele do condutor e do cobrador que abandonaram o alcunhado bonde da morte e saíram correndo após alguns recém-falecidos terem embarcado.

Noiva fantasma em Bauru

Uma história de tragédia é contada a respeito de uma das fazendas cafeeiras do Distrito de Tibiriçá. No dia de seu casamento, nas escadarias do casarão, uma noiva tropeçou no longo véu e quebrou seu pescoço. Desde então, a lenda da noiva do casarão ronda a cidade. Dizem que seu olhar enche de compaixão a todo aquele que testemunha, durante as madrugadas, ela vagando pela vizinhança, sempre pedindo para que se levante o véu de seu rosto.

Procissão de zumbis em Mogi das Cruzes

Conta-se na localidade que todo ano, na madrugada do Dia de Finados, um cortejo saí do cemitério com destino acertado com o centro da cidade. Nessa noite, as pessoas evitam sair de suas casas, mas julga-se possível ouvir o arrastar de pés, os murmúrios tétricos e o constante gemido das almas penadas que voltam a circular pelos lugares que visitaram em vida.

Hotel da Morte em Campos do Jordão

No Alto do Capivari, é possível avistar casas imponentes e construções temáticas, entre essas, no alto da Serra da Mantiqueira, o Hotel Mont Blanc, construído em um terreno equivalente a seis campos de futebol, dentro de uma área de preservação permanente, hoje abandonado e em ruínas, considerado por muitos moradores como mal-assombrado. Ali, relatos de hórridos gritos de agonia e aparições amedrontadoras se tornaram constantes na vizinhança. O vento assovia mórbido pelas araucárias, enquanto as cortinas, à frente de suas janelas, se movem.