Search
sexta-feira 8 novembro 2024
  • :
  • :

Os Caminhos da Educação e o Espiritismo

• Marcus De Mario – Instituto Brasileiro de Educação Moral-IBEM/RJ
Em assunto tão importante quanto a educação, o Brasil não está nada bem, como mostram pesquisas com resultados alarmantes. Vejamos alguns resultados sobre os índices de nossa educação:
1 – Entre os 65 países que são mensurados pelo PISA, prova internacional da educação, o Brasil está entre os 10 piores.
2 – Segundo dados do IBGE, temos atualmente cerca de 730 mil crianças fora da escola.
3 – 34% dos alunos da rede pública de ensino concluem o 5º. ano do ensino fundamental sem saber ler (são analfabetos).
4 – 20% dos alunos da rede pública de ensino concluem o ensino fundamental como analfabetos, ou seja, não sabem ler.
5 – Dados da Prova Brasil de 2015, que é aplicada pelo Ministério da Educação, revelam que apenas 30% dos alunos da rede pública de ensino saem do ensino fundamental com aprendizado adequado em leitura e interpretação de texto, e que em matemática, apenas 14% dos alunos aprenderam o adequado em resolução de problemas.
6 – Dos dois milhões de professores que temos na educação básica (ensino infantil, fundamental e médio), 30% deles têm contrato temporário, não são efetivos.
Por esses dados já temos uma imagem bem clara de como a educação brasileira está mal, de como o sistema público de ensino está falido, e isso levando em conta apenas as avaliações em língua portuguesa e matemática. Numa escola em que o trabalho de desenvolvimento das virtudes, dos valores humanos, da ética, da humanização passa longe da prática de ensino, não é de espantar o que estamos assistindo atualmente na sociedade brasileira, com uma escalada sem precedentes de violência, corrupção, hipocrisia e outros males que diariamente nos escandalizam.
A questão agora é encontrar novos caminhos para a educação brasileira, e o Espiritismo tem uma contribuição muito importante e profunda, a começar pela visão que tem sobre a vida e o ser humano enquanto espírito imortal reencarnado. Com isso mostra que é fundamental transformar a filosofia que rege a educação, ou seja, sair da visão materialista e utilitarista para uma visão espiritualista que priorize a educação moral, invertendo a atual prioridade, pois a ênfase de hoje é a educação intelectual. Com essa nova diretriz, a educação passará a trabalhar o desenvolvimento das virtudes, para que a inteligência seja direcionada para o bem coletivo, para que a criança e o jovem coloquem em prática a tolerância, a fraternidade, a solidariedade, a igualdade e a liberdade que respeita o direito do outro. Teremos uma educação que fomentará a paz, o desenvolvimento sustentável, a aplicação da ética nos relacionamentos, e que visará a formação integral do espírito imortal. Como vemos, uma educação muito diferente da que hoje é praticada.
Com o Espiritismo as avaliações do ensino deixarão de ser quantitativas para serem qualitativas, e onde o mérito será responsável pelo progresso dos indivíduos na sociedade. Agora, essa educação não pode ser feita apenas pela escola. Ela deve envolver a família e a comunidade, pois os pais e responsáveis, os líderes comunitários, os agentes públicos, os empreendedores, os religiosos, todos são educadores, todos interagem e influenciam as novas gerações. Nesse contexto temos o papel que cabe ao Centro Espírita, não apenas na evangelização da família, mas na interação com a comunidade do seu entorno, levando as lições do Evangelho redivivas pela imortalidade da alma e pela reencarnação, promovendo a educação moral com todos e em todas as circunstâncias.
É urgente estabelecermos novos caminhos para a educação brasileira, e os espíritas não podem fugir da responsabilidade de influenciar positivamente essa transformação, pois em sua essência o Espiritismo é doutrina de educação do ser imortal, que sobrevive à morte do corpo físico e que volta ao cenário terrestre pelas portas da reencarnação, portanto, muito mais que uma religião entre quatro paredes de suas instituições, é uma doutrina de vida, e de vida em abundância!