Segunda geração do Chevrolet Onix não deve ter muita dificuldade de manter sua posição de liderança de cinco anos no mercado brasileiro. É mais provável até que consiga aumentar, pois a versão anterior continua em linha, como Onix Joy, e entrará nas estatísticas de vendas para robustecer os números. O hatch é um pouco menor que o sedã (Onix Plus) internamente pela distância entre eixos 5 cm mais curta. Mas espaço atrás continua melhor que na primeira geração e rivaliza com um dos principais concorrentes, o VW Polo.
O novo Onix apresenta um comportamento geral acima da média. A fábrica teve o cuidado de calibrar suspensões e direção mais voltada ao prazer de dirigir, sem torná-lo desconfortável em relação ao Onix Plus. Curiosamente, o hatch em sua versão de topo Premier pesa apenas 4 kg a menos que o sedã, 31 cm mais comprido.
A estratégia do projeto Onix foi construir um carro mais leve possível e que pudesse alcançar nota máxima nos testes de colisão. Optou por dois airbags extras, do tipo cortina, que são mais baratos que aços especiais de reforço estrutural. Com isso alcançou preço competitivo e desempenho muito bom, ligeiramente superior à dupla Polo/Virtus mais potente do segmento.
O motor de três cilindros turboflex de 116 cv/16,8 kgfm (etanol) surpreende pelo baixo nível de ruído e vibração, além de boa integração com o câmbio automático de seis marchas. Ainda não foi possível avaliar a versão com câmbio manual também de seis marchas, mas os dados de fábrica indicam que a aceleração de 0 a 100 km/h com qualquer um dos câmbios é feita em 10,1 s, algo diferente dos padrões, inclusive do Onix Plus. O hatch também terá motor 1-litro aspirado de 82 cv/10,6 kgfm que a fabricante indica como o mais econômico no padrão Inmetro: 16,7 km/l na estrada e 13,9 km/l na cidade (gasolina). Esse motor deverá chegar entre um e dois meses ao mercado.
Como o sedã, o hatch disponibiliza um pacote de itens tecnológicos e de segurança que se destacam nesse segmento. Inclui alerta de ponto cego nos retrovisores, ar-condicionado digital, sistema de assistência para estacionar, carregamento de celular por indução, conexão wi-fi a bordo com antena dedicada e duas portas USB no dorso do console central. Mas não oferece saídas de ar-condicionado para o banco traseiro e nem frenagem autônoma de emergência como os rivais da VW e Hyundai, respectivamente.
Em dois aspectos o Onix da primeira geração ainda é superior ao atual: porta-malas (mais 14 litros) e tanque de combustível (10 litros). No primeiro não importa tanto, mas no segundo há real diminuição de alcance. Há excesso de plásticos duros no interior, embora contraste de cor e de textura amenize nas versões mais caras Premier. Estepe temporário e apoios de cabeça integrados aos bancos dianteiros ajudaram na redução de custos.
Oferecer mais equipamentos em um carro inteiramente novo pelo preço anterior surpreendeu os concorrentes. Estes esmiuçaram o novo Onix e constataram “economias” que o consumidor médio não percebe. Os preços dividem-se em 12 faixas de R$ 48.800 a R$ 72.900.
ALTA RODA
FORD confirmou que em fevereiro próximo começará a vender, na Argentina, o SUV médio Escape (lá como Kuga, seu nome na Europa) na versão híbrida. O modelo deve chegar ao Brasil também, embora a fabricante ainda não tenha anunciado.
MITSUBISHI começou a produzir na fábrica de Catalão (GO) o SUV-cupê Eclipse Cross para o antes menos congestionado segmento dos SUVs médios. A marca oferece agora versões mais básicas GLS e HPE por, respectivamente, R$ 129.990 e R$ 144.990.
MERCEDES-AMG A 35 4MATIC demonstra pegada esportiva como poucos no segmento dos hatches compactos. Estreia o motor da série 35 (sem montagem artesanal, como nos modelos maiores). Entrega 306 cv e 40,8 kgfm, além de arrancada assistida para acelerar de 0 a 100 km/h em 4,7 s. Versão de lançamento, com defletor de teto e ainda mais completa: R$ 285.900.
FÓRMULA aventureira Trekking, no Fiat Argo, está bem resolvida. Com 21 cm de distância mínima do solo, o carro vai bem no uso leve fora de estrada e em piso irregular. Interior apresenta acabamento cuidadoso. Motor de 1,3 litro e câmbio manual 5-marchas formam bom conjunto, apesar do curso da alavanca. Desempenho limitado pelo peso extra e pneus maiores.
PRIMEIRA associação mundial entre fabricante e fornecedor de autopeças para construção de um campo de provas ocorrerá no Brasil. Anunciada pela Mercedes-Benz e Bosch, ficará pronto em 2021 ao custo de R$ 70 milhões. Será alugado também a empresas interessadas em desenvolver itens de segurança, emissões, conectividade e qualquer outro teste.
BORGWARNER estima que, em 2023, o mundo deve produzir 5,6 milhões de veículos elétricos e híbridos por ano, cerca de 5% do volume total. Empresa fornecerá vários itens específicos, mas continuará a investir em turbocompressores que estarão em 59% dos motores a combustão em 2027. No Brasil, FCA terá motores 1,0 e 1,3 turbo em 2020.