Em “Memórias da Emília”, Monteiro Lobato (1882 -1948) escreve, “Sobre a Vida”, por meio da personagem carismática, com presença de espírito (anarquista), libertário. A falante boneca de pano do Sítio do Picapau Amarelo. O alter ego, o outro eu, de Monteiro Lobato – a Emília.
“…a vida, Senhor Visconde (o conhecimento), é um pisca – pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem para de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda, até que dorme e não acorda mais. A vida das gentes neste mundo, Senhor Sabugo, é isso.
Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia. Pisca e mama; pisca e anda; pisca e brinca; pisca e estuda; pisca e ama; pisca e cria filhos; por fim, pisca pela última vez e morre. – E depois que morre – perguntou o Visconde de Sabugosa. – Depois que morre, vira hipótese. É ou não é? ”
Monteiro Lobato está vivo no coração de uma geração que se formou através de suas Obras. É o ser sempre jovial que nunca morrerá. Para mais dos 23 livros de literatura infanto-juvenil, outros 19 livros foram escritos para adultos, em uma soma de 42 livros.
Mais uma história de sonho que se torna realidade
O documentário “Além de um Sítio…”, de minha autoria, conta, em realidade, a narrativa de uma menina, aos 11 anos, no Vale do Assu, Rio Grande do Norte.
Aldenita de Sá Leitão é escritora, poetisa, aposentada da UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Incentivada pelo pai, Aldemar de Sá Leitão, à leitura da Obra Lobateana, escreveu uma carta – contando suas manhãs de infância – aos personagens do Sítio do Picapau Amarelo, na Chácara do Visconde, em Taubaté – SP.
Além de depoimentos, uma peça teatral interpretada pelos personagens do Sítio, no teatro da casa onde viveu Monteiro Lobato, em Taubaté, dão vida à saga da Literatura Infantil, desta vez, através da carta de Aldenita, enviada aos personagens do Sítio, como filha Lobateana que protagonizou uma história.
O documentário agrega valores de cultura, entretenimento, História e Pedagogia. O filme foi rodado em algumas escolas da rede pública e privada em cidades do Brasil, em uma mostra de vídeos em Portugal e em um país africano de língua Portuguesa. Gravações realizadas nas cidades de Taubaté e Monteiro Lobato, em SP e em Natal, RN.
Por Tibério de Sá Leitão – Jornalista