Chamar a pessoa pelo nome, apertar a mão dela com a mesma intensidade que ela aperta a sua e fazer-lhe perguntas abertas são as técnicas básicas para que o cérebro do seu interlocutor entre no processo e a comunicação passe do nível boca-ouvido para o nível cérebro-cérebro.
Você já sabe a importância de chamar a pessoa pelo nome e como fazer para memorizá-lo. Agora, você vai saber mais sobre o aperto de mão e perguntas abertas.
Aperto de mão
Existe uma linguagem corporal com a qual se pode transmitir firmeza, confiança e sinceridade. O aperto de mão é uma dessas formas de linguagem não-verbal. Talvez você não saiba, mas 40% das transações comerciais que não se concretizam são perdidas por causa do aperto de mãos.
Imagine duas pessoas: uma aperta a mão com tanta força que mais parece um alicate, e outra aperta a mão com tanta delicadeza que mal se consegue tocar-lhe os dedos.
Você já imaginou como seria um aperto de mãos entre essas duas pessoas?
Numa transação imobiliária, se a pessoa que aperta a mão com força for tratar com um corretor que aperta a mão com delicadeza, certamente ela duvidará da firmeza dele para conduzir a negociação, e esta não se concretizaria. Por outro lado, se a pessoa com aperto de mão delicado for negociar com um corretor que aperta a mão com força, a negociação também não acontecerá, pois o corretor será considerado muito agressivo.
O aperto de mão ideal precisa transmitir a seguinte mensagem: — Eu sou igual a você, pode confiar em mim! A importância disso é muito simples de entender; afinal, nós gostamos de pessoas iguais a nós.
Perguntas abertas
Existem dois tipos de perguntas: as fechadas e as abertas. Perguntas fechadas são respondidas simplesmente com um “sim” ou “não”, automaticamente. Esse tipo de resposta, da qual o cérebro não participa, pode limitar o seu processo de persuasão: quando você obtém um “não” como resposta, fica mais difícil fazer a pessoa com quem você estiver negociando dizer um “sim”. Perguntas abertas, por sua vez, não podem ser respondidas com “sim” ou “não”, e aí está a vantagem do seu uso, pois o cérebro precisa participar da resposta.
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Por exemplo, em vez de perguntar a uma pessoa se ela está interessada em comprar uma cadeira, pergunte-lhe se, caso comprasse a cadeira, a colocaria na sala de visitas ou na sala de jantar. Para responder a essa pergunta, ela teria de pensar que já comprara a cadeira e que a cadeira já teria chegado à sua casa. Com a pergunta aberta, você “colocou” a cadeira dentro da casa da pessoa.
Pessoas que usam com mais freqüência perguntas abertas ganham mais dinheiro na vida.
Muita coisa pode ser conquistada nesse nível de comunicação. Grande parte do seu sucesso profissional concentra-se em dominar a arte da comunicação cérebro-cérebro. Mas para que o sucesso profissional possa acontecer de forma ainda mais espetacular, você precisa aprender a passar para o nível seguinte.
Coração-Coração
Nesse nível, empatia e amizade se mani¬festam e os milagres da comunicação entre as pessoas podem acontecer. Afinal, sempre gostamos de falar “sim” para os nossos amigos e não nos importamos em dizer “não” para os nossos inimigos.
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Coluna Espírita
Quando uma pessoa morre, sabe que morreu?
• Rogério Miguez – São José dos Campos/SP
Há pouquíssimas fatalidades nas leis de Deus, uma delas certamente é representada pelo inexorável desfecho da morte. A primeira obra básica da Doutrina em uma de suas abordagens sobre o tema assim se expressa1:
Algumas pessoas só escapam de um perigo mortal para cair em outro. Parece que não podiam escapar da morte. Não há nisso fatalidade?
“Fatal, no verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte o é. Chegado esse momento, de uma forma ou de outra, a ele não podeis furtar-vos.”
Fatalismo biológico, ou seja, não há corpo físico – instrumento de trabalho do ser imortal -, que possa existir eternamente, mais cedo ou mais tarde as células desagregam-se provocando o colapso desta estrutura material, casa provisória onde se abriga o Espírito reencarnado.
A ciência, embora tentando há bom tempo sintetizar o elixir da eternidade, nada ainda encontrou, e jamais terá sucesso, pois a lei de Deus não contempla a indestrutibilidade do corpo físico, apenas a do Espírito, sendo assim, é de se esperar que todos os seres vivos acabem morrendo, fato comum desde o início dos tempos.
Ora, como já tivemos numerosas vidas, consequentemente já morremos inúmeras vezes, já experimentamos este fatalismo em muitas ocasiões, poder-se-ia assim imaginar que já houvéssemos registrado este aprendizado e toda vez que morrêssemos, lembraríamos do que estaria sucedendo naquele singular instante.
Ocorre que tal não se dá, ainda encontramo-nos muito inferiores na escala da evolução, dificultando sobremaneira o entendimento do que está acontecendo no momento em que o Espírito inicia o seu desligamento do corpo, por motivos diversos, para retornar a vida verdadeira, a espiritual.
De modo geral, há uma perturbação, confusão esta função do modo de vida escolhido pelo Espírito: se a vida foi mais espiritualizada, atenua o estado de confusão mental a ponto do Espírito alcançar plena consciência de seu desencarne, alguns, raros, podem mesmo providenciar o próprio desligamento do perispírito do corpo físico; quando muito material, a perturbação é intensa.
Sendo este último o caso a se aplicar à grande maioria, podemos concluir de forma geral: quando a pessoa morre, não sabe que morreu.
Em muitos há a percepção de uma mudança significativa, pois não conseguem mais conversar com os vivos; seus parentes, por exemplo, não respondem mais às suas indagações; percebem também não ter mais acesso às coisas materiais, e assim por diante. Seria como um sonho ruim, um pesadelo, onde está tudo às avessas. Algum tempo será necessário para conscientizar-se ou mesmo ser conscientizado que faleceu. Outros dormem ao desencarnar, passaram a vida inteira alheios aos postulados divinos, nada esperavam após a morte, entrando assim em um estado semelhante à hibernação até serem acordados para a fatalidade da vida.
Podemos apontar um caso, entre tantos, para exemplificar o que pode ocorrer na ocasião da morte. No livro Os Mensageiros2 de André Luiz, há um capítulo intitulado Pavor da morte, onde é descrita uma situação peculiar em um necrotério. Havia um cadáver de uma jovem e ao seu lado estava uma entidade masculina em atitude de zelo chamando há seis horas a recém desencarnada para abandonar o corpo. O inesperado nesta descrição é que a falecida estava unida aos despojos copiando a posição cadavérica, com medo de deixá-los. Aterrorizada, fechava as pálpebras para não ver algo que a atemorizava.
Esta entidade ao seu lado era o seu noivo que a havia antecedido no fenômeno da morte e agora ali estava para recebê-la com alegria, contudo, pelo despreparo espiritual da jovem, esta acreditava ver um fantasma, porquanto recordava-se claramente da morte do noivo.
Aniceto, instrutor de André Luiz nesta obra, ambos vivenciando esta situação sui generis, orientam o noivo para se afastar temporariamente, pois não conseguiria realizar o seu intento de recebê-la e levá-la para uma casa espiritual, considerando estar a noiva muita aturdida, acreditando estar sendo perseguida por um morto, passava por um pesadelo.
Experiente neste tipo de situação, Aniceto se faz passar por um doutor anunciando um novo tratamento à jovem, esta aceita a oferta, afastando-se finalmente do corpo. Aniceto, aproveitando o momento, aplicou passes magnéticos adormecendo-a e, em seguida, entregando-a ao seu prestativo noivo: Caso resolvido!
Vemos desta forma uma possível consequência de não nos prepararmos para a morte do corpo material, este, sempre chega a seu termo na hora adequada, enxergando naquela apenas um desdobramento natural da continuidade da vida.
1 KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro. 69. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1987. q. 853.
2 XAVIER, Francisco C. Os mensageiros. Pelo Espírito André Luiz. 16. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1983. cap. 48 – Pavor da morte, p. 250 e 251.