• Jacob Melo
Iniciemos perguntando: e o que é um transplante? Em corpos humanos, a substituição de algum órgão, que já não atende aos requisitos para os quais pertence a um organismo, por um outro, saudável, que “perdeu” seu espaço num outro corpo que acaba de morrer. Para cumprir seu novo papel, o órgão transplantado deve atender a alguns pressupostos, como os que dizem respeito à compatibilidade sanguínea, à proporcionalidade das dimensões assim como da qualidade e longevidade a que se propõe. Isso tudo se desenvolve dentro de definições e aparatos médicos, os quais determinam os critérios essenciais para que o órgão transplantado conte com a melhor probabilidade de “aceitação” no novo “ambiente”, assim bem realizando sua funcionalidade no novo local aonde será “instalado”.
Então, onde entra o sentido de energias fluídicas nesse processo?
Permita-me fazer uma narrativa que dá um bom encaminhamento ao assunto.
Conheci um médico que trabalhou, por muito tempo, em conceituado hospital da capital de São Paulo, no qual a prática dos transplantes já era relativamente comum. Dentre as cirurgias mais frequentes, a de rins se destacava. Em meio à conversa ele ponderou sobre algo que eu não havia pensado até então; que o número de acidentes fatais com motoqueiros – um índice costumeiramente muito elevado naquela capital – tinha um lado bastante positivo; por razão da grande maioria desses acidentados ser formada por jovens, eles eram fonte de muitos órgãos para “abastecer” as necessidades de transplantes. E continuou dizendo que esses jovens eram responsáveis pela grande maioria dos transplantes de rins de seu hospital, o qual contabilizava um alto grau de “aceitação” dos órgãos nos novos corpos.
Admirado perguntei se isso era peculiar à juventude dos doadores, ao que ele acrescentou que esse fator é muito bom indicador, mas que era preciso haver uma “energia positiva” nesses órgãos. Fiquei intrigado e perguntei: como assim? E ele disse: um rim, ou qualquer outro órgão, por mais jovem e saudável que seja, se o doador tiver morrido por suicídio, este apresenta um alto índice de rejeição quando transplantado. Ou seja: o suicídio desestrutura a parte “energética positiva” do órgão.
Quis saber se haveria outros “fatores energéticos” que exerciam esse tipo de influência, mas ele não soube responder.
Por dedução pessoal sou levado a acreditar na possibilidade de haver outros campos que influenciem tanto na rejeição como na assimilação do órgão, mas a indicação apresentada por aquele amigo foi muito repercussiva em minhas ideias, pois deduzi o quanto uma vida moral e ética bem estruturada pode exercer influência sobre o soma, sobre o corpo.
E que parte energética seria essa? Exatamente a estrutura fluídico-vital, oriunda diretamente dos campos vitais e consequentemente pertencente à zona mais “externa” do períspirito. E como não é outra a região que primeiramente abordamos nos chamados passes magnéticos, seguramente podemos inferir que uma ação magnética, seja de dispersão dessas energias ou de reciclagem das mesmas, seria uma excelente providência no sentido de reduzir ou até mesmo anular essa influência da rejeição.
Mas ainda tenho uma outra situação que pode contribuir na elucidação da questão básica.
Uma outra médica, que trabalhava no setor de autópsias da polícia civil, me confessou que chegava a perceber um certo “sofrimento nos corpos” dos defuntos que ela exumava e isso a incomodava sobremaneira. Um dia, enquanto conversávamos, ela abordou novamente esse assunto e me perguntou se era possível que aquilo, de fato, ocorresse. Primeiro considerei que o sofrimento é inerente ao ser espiritual, mas os reflexos do que padece o corpo são fatos bem visíveis a quem lida com o assunto, como era o caso dela. E lhe disse que acreditava na possibilidade sim, desde que considerássemos as injunções que implicavam na dificuldade, em alguns desencarnados, de se desligarem do próprio corpo, por isso, no lugar dela eu faria uma prece e aplicaria uns passes dispersivos gerais no cadáver antes de iniciar o trabalho em cada corpo que lhe fosse entregue. No início ela relutou por motivo de ser difícil disfarçar tal procedimento perante outros colegas, mas assim mesmo fez a experiência com alguns cadáveres enquanto, nalgumas vezes, estava sozinha na sala das autópsias. Segundo suas palavras, ela constatou uma diferença enorme entre os casos quando não agia daquela maneira e os que seguiam esse “novo modelo”. Pouco tempo depois decidiu assumir que iria ter aquele procedimento de forma regular e quem quisesse que se retirasse, pois, dizia ela, isso fazia bem a ela e ao Espírito.
Disso tudo se pode concluir que a interferência magnética em corpos e órgãos é extremamente positiva e que extrapola mesmo o sentido direto de vida orgânica. E isso se verifica, ainda mesmo quando nem percebemos os alcances diretos e indiretos desses procedimentos.
Parece ficar bem visível que numa pessoa transplantada, passes dispersivos sobre a região do transplante favorece na ampliação da possibilidade de aceitação do novo órgão, enquanto que concentrados, devidamente bem realizados, contribuiriam para o refinamento dos ajustes energéticos dos mesmos em seu novo “ambiente” de trabalho.
O magnetismo e o transplante de órgãos
maio 15, 2018Bruno FonsecaColuna Espírita (Agê)Comentários desativados em O magnetismo e o transplante de órgãosLike