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sexta-feira 27 dezembro 2024
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O grande desafio

• Rogério Miguez
Muitos dos trabalhadores da última hora não se interessam ou mesmo perderam a motivação em sistematicamente aprender Espiritismo com os escritos do Mestre Lionês, ávidos que estão por pseudonovidades literárias e práticas esdrúxulas, ambas ditas espíritas, a se apresentarem instigantes nos dias hodiernos.
Já nos primeiros anos de desempenho de sua missão singular, em 18621, cinco anos após o lançamento da pedra angular do Espiritismo, O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, em algumas poucas recomendações cristalinas, certamente inspirado ou intuído pelos luminares que o acompanharam durante a elaboração da obra espírita, resumiu como os adeptos da Doutrina deveriam se conduzir para fazer brilhar bem alto a bandeira espírita, sem rixas, tampouco dissensões, muito menos divisões.
A “receita” do Mestre ainda é válida e nos aguarda a segui-la com dedicação, sob pena destes trabalhadores da derradeira hora, que somos todos nós os espíritas, apesar de termos recebido mais uma oportunidade de trabalho, mais um voto de confiança de Jesus, encontrarmo-nos em mais um final de vida, já no plano espiritual, surpresos por não termos aproveitado esta chance final de acompanhar a evolução natural da Terra.
Inspirados por aquelas orientações de Allan Kardec, as quais sugerimos enfaticamente que sejam lidas, podemos afirmar que o tempo urge àqueles que:
1. Ainda se mostram mais preocupados em ocupar cargos administrativos dentro do movimento e na própria Casa em que militam, esquecendo-se de trabalhar com afinco nas pequenas tarefas que dão sustentação às Instituições;
2. Não se interessam em estudar com constância os livros básicos do Espiritismo se deixando levar pelos modismos e propostas indecorosas que fustigam a verdadeira Doutrina por todos os lados;
3. Estimulam e divulgam movimentos e encontros duvidosos em torno de nomes de valorosos espíritas desencarnados para afirmar a amizade ou o respeito por este ou aqueloutro antigo trabalhador da seara, auto intitulando-se amigos deste ou amigos daquele. Estas iniciativas são atitudes coerentes para que não se deixe perder a memória destes importantes tarefeiros, mais, no fundo alguns apenas desejam servir aos seus interesses particulares, alimentando a própria vaidade e soberba, e mais, aproveitam os eventos para comercializar as suas próprias obras ditas espíritas. Todavia, surpreendentemente, desconhecemos notícias dos Amigos de Allan Kardec, este sim um movimento espírita ausente na atualidade;
4. Atuam nos Centros visando apenas servir às suas opiniões pessoais, fazendo das Instituições seus locais particulares onde se expressam apenas para agradar a maioria sem nenhum compromisso com a verdade e a caridade;
5. Usam suas posições de mando dentro das Instituições posicionando trabalhadores claramente despreparados à frente de atividades requerendo o mais alto grau de conhecimento e responsabilidade, apenas para contentá-los, mantendo-os, desta maneira, sob seus círculos de influência…
Esta é a chamada final, a hora da decisão, o grande desafio, contudo, caso não ajamos conforme o Codificador nos sugeriu, não nos surpreendamos ao chegar na aduna do pós vida sem as credenciais para adentrar o tão esperado e aguardado “Reino de Deus”, caso isto se dê, mesmo assim, tenhamos a certeza de não estarmos desamparados pelo Magnânimo, pois Ele nos proporcionará novas chances de acertar o passo com as Suas leis, tantas quantas forem necessárias, porém, não nos espantemos do mesmo modo, talvez uma advertência profética, se este novo acerto for realizado em outro orbe, pois não herdaremos a Terra: A escolha é nossa!
Referência:
(1) KARDEC, Allan. Revista Espírita: jornal de estudos psicológicos. ano 5, n. 2, fev. 1862. Trad. Evandro Noleto Bezerra. Resposta dirigida aos espíritas lioneses – Por ocasião do ano-novo.