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segunda-feira 23 dezembro 2024
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O amor e a misericórdia

O que nos torna semelhantes a Deus não será, certamente, o nosso subtrair-nos aos outros, mas, ao contrário, a descoberta da possibilidade de durar no amor, muitas vezes em contraposição com o primeiro juízo emitido pela razão ou com o peso daqueles que consideramos ser as evidências.

Cedemos com rande facilidade à tentação de fechar portas, consumar ruturas, resignarmo-nos a certas perdas ou também , unicamente, delas nos tranqüilizarmos.

Se assimilarmos como regra de vida o pragmatismo da expressão “dos presentes não falta ninguém”, não poderemos compreender porque é que o pastor da parábola de Jesus, deixa as noventa e nove ovelhas no deserto e parte à procura daquela perdida (Lc 15,4-7).

Nem compreenderemos porque é que a mulher se dá ao esforço para encontrar a moeda que tinha perdido dentro da casa (Lc 15,8-10). Não tinha elas outras nove na bolsa?

Nos itinerários pessoais ou comunitários que estamos fazendo, há um dado que emerge com suficiente clareza: não nos aproximaremos do mistério da misericórdia se não pusermos dentro de nós aquilo que o grande teólogo Nicolas Cabasilas chamou “o amor louco de Deus pelos homens”. A verdade de Deus e incindível do amor.