Uma jovem, ao buscar lenha para aquecer sua casa, foi surpreendida por um barulho e, ao olhar para o alto, numa gruta viu uma mulher vestida de branco, com uma faixa azul à cintura, uma rosa de ouro aos pés e um rosário nas mãos. Aquela senhora perguntou se Bernadete queria voltar àquele local durante quinze dias.
Durante aqueles dias aquela senhora pedia à menina para que conversasse com os sacerdotes para construir ali uma capela. Conta-se a história que o sacerdote resistiu até o dia em que pediu para jovem perguntar à senhora, qual era seu nome. Surpreendentemente, ela veio trazer o seu nome: “Sou a Imaculada Conceição”. Como Bernadete poderia saber? Foi realmente uma revelação do Alto, e assim, a capela, hoje um Santuário, foi construída.
Que tal darmos alguns passos como Bernadete? Aquela jovem buscava lenha para aquecer a si e sua família, em seu ofício algo diferente aconteceu e ela olhou para o alto. Vamos, como aquela jovem, realizar bem nosso trabalho e olhar para o alto, tentar sempre enxergar além!
Realizemos nosso trabalho com honestidade, disposição e atenção, mas sempre sensíveis e olhando para o Alto, para o que Deus tem a nos falar, o que quer para nós; que Deus nos surpreenda em nosso caminho e sejamos dóceis a ele.
Bernadete foi dócil ao pedido daquela senhora, foi conversar com o sacerdote, expressou o pedido daquela mulher. Sejamos dóceis ao pedido de Maria “Fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2,5).
Maria pediu que construísse uma capela, que é um lugar de oração, de encontro com Deus, de escuta da Palavra. Qual é a capela que você precisa construir? Quando vamos à capela/igreja somos chamados a ser extensão das graças que ali recebemos; ao sairmos de um momento de oração, somos chamados a cultivar a fé, a construir ou reconstruir a prática da Palavra ouvida e rezada.
Que capela Nossa Senhora me pede para construir hoje? A capela da fé, a capela do amor, da reconciliação? Eu e você precisamos ser uma capela ambulante que distribui as graças de Deus!
Por fim, Bernadete “convenceu” o sacerdote devido ao nome da senhora que foi revelado: “Sou a Imaculada Conceição”. A Mãe de Jesus não teve mácula, pecado, a Igreja sempre acreditou nisso e declarou oficialmente, com Pio IX, bem mais tarde, em 1858. Revelar-se como a Imaculada além de comprovar sua santidade é ainda uma indicação de como deve ser a nossa vida: santa, pura, imaculada. Todos nós precisamos buscar a pureza para sermos santos. Quem é solteiro, casado, adulto ou idoso… todos devemos buscar a santidade através da pureza. Pureza no falar, no vestir, na vida honesta, que respeita e vive a santidade em todo e qualquer ambiente (casa, estudo e trabalho).
Comemorar a Festa de Nossa Senhora de Lourdes significa construir um belo santuário para Jesus, e como se dá isso? Vivendo a Palavra do Senhor: olhar para o Alto “buscai em primeiro lugar o reino dos céus” (Mt 6,33), construir capelas, ou seja, praticar a Palavra de Deus (Mt 7,24) e viver a pureza, afinal “os puros verão a Deus” (Mt 5,8). * Padre Marcio Prado é sacerdote da Comunidade Canção Nova e Vice-Reitor do Santuário do Pai das Misericórdias. É autor dos livros “Entender e viver o Ano da Misericórdia” e “Via-sacra do Santuário do Pai das Misericórdias”, pela editora Canção Nova. Twitter: @padremarciocn