A era digital é anterior à 4ª Revolução Industrial. Na verdade, ela é resultado da 3ª Revolução Industrial. Nesta fase originou-se a computação em geral, desenvolveram-se os softwares, o computador pessoal passou a ser um item indispensável em quase todos os lares e o mundo se conectou. Hoje não é novidade navegar pelas redes sociais, considerar a internet uma realidade sem a qual não se sobrevive e considerar o “não digitalizado” um analfabeto. Na verdade, a alfabetização digital é um idioma imprescindível. Tão ou mais importante do que o inglês.
Isto não é novidade, mas começou na década de 40 do século passado. Foi o fruto dos avanços obtidos na abordagem tradicional do processo de computação. Mas não paramos aí.
Hoje, os pesquisadores e os empresários estão envolvidos em criar e implementar novas possibilidades. Estas ampliarão nossas capacidades, ampliarão nossas expectativas em relação ao armazenamento, manipulação e transmissão de dados e de informações. Nem se imagina o que ainda virá por aí!
As novas tecnologias da computação mudarão totalmente a vida, a cultura, os hábitos, o habitat, o destino do ser humano e do planeta. O blockchain é uma realidade que permitirá múltiplas potencialidades de uso e manipulação dos registros. A internet das coisas alterará profundamente a indústria e o comércio. A inteligência artificial competirá com a inteligência do ser humano e há quem diga que poderá levar a melhor.
As megatendências dos norteamericanos não conseguem prever a dimensão das modificações a que os pósteros se submeterão. Pois há tecnologias individuais em pleno desenvolvimento e sem controle, em inesperados espaços de pesquisa. Mudará também o direito, a interação com a comunidade, a relação entre homem e natureza, tudo será reestruturado: aquilo que é possível, aquilo que é permitido, aquilo que é necessário.
Tudo sem perder de vista que a ética na era digital já é um enorme desafio e se tornará cada vez mais difícil concluir se tudo aquilo que a ciência e a tecnologia conseguem realizar será também carimbado com o selo da moralidade.
Ninguém imagina o que o futuro nos reserva. Os que têm imaginação se assombram e garantem que, se todos já soubéssemos, estaríamos verdadeiramente espantados.
*José Renato Nalini é Reitor da Uniregistral, docente universitário, palestrante e conferencista.
Ninguém Imagina o que Virá
jan 10, 2019Bruno FonsecaTribuna LivreComentários desativados em Ninguém Imagina o que ViráLike