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quinta-feira 14 novembro 2024
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Naquele banco está faltando ele

Já faz quatro anos que o amigo Edson Amaral nos deixou !
Amigos também morrem…. Naquele sábado, dia 20 de setembro de 2014, como de costume, o largo do Chafariz estava reunido: os bancos lotados de amigos para a mesa do carteado, mesa onde se colocavam as conversas em dia.
A mesa em que o nosso personagem estava no centro, a mesa redonda. Do lado direito, na ponta Mané Papé, Diniz, Daniel Sbruzzi, Fito Neves, e ele, o amigo Edson Amaral.
Lá estava eu do lado esquerdo, bem como Henrique Chiste, José
Roberto(Bertão). E, na outra mesa, logo atrás, estavam o Tinho, Wanderley, Chico e Antônio Carlos (Bezerrão).
Depois apareceu o Baiano, um personagem como as figurinhas que frequentam o largo. Como disse o Berto: “Aqui tem de tudo, é gente que chega de todos os lugares, figurinhas carimbadas”.
Baiano registrou aquele momento com sua máquina fotográfica, e Amaral estava no centro do foco. Se alguém tiver as fotos daquele dia , coloquem no Faceboock. E, teve um momento que Amaral me perguntou sobre o baile do TCC , queria saber qual era o traje . E eu lhe expliquei que era o baile de aniversário do clube, e teria que ir de terno. Ele ainda confirmou folheando o Jornal Matéria Prima, que foi repassado pelo Tinho. E, ainda , disse:
__Está aqui ! O traje é passeio.
Em seguida argumentou:
_ Não vou, porque não vou colocar terno . Eu vou mesmo é bater aquela bola no bairro do Barreiro, no encontro dos amigos.
Essa foram suas últimas palavras naquele dia, apenas não
falou dessa viagem e foi de repente, e ele nos pregou uma peça !
Esse pequeno grande homem, pequeno na estatura, mas gigante nas suas emoções, ariano nato. Seu coração não aquentou pela vontade de estar com seus amigos naquela tarde, nesse jogo de despedida. Como disse
Mário Quintana:
“Quando se vê é seis horas,
Quando se é sexta feira,
Quando se vê terminou o ano,
e quando se vê já se passaram 50 ,60, 67 anos .
Agora é tarde demais para ser reprovado .
Queria eu voltar ao passado , nem pensaria, iria jogando pelos caminhos a cascas douradas das horas e inúteis”.
Eu sempre digo aos meus amigos: “Nunca deixem de fazer o que lhe dá
prazer simplesmente por falta de tempo. O único tempo que faltará e
daquele tempo que não voltará jamais”.
E o nosso amigo Edson Amaral fez quase tudo que lhe deu prazer se despedindo desse mundo terreno ao lado dos amigos e, com certeza, cumpriu sua missão .
Amaral não veio nessa vida a passeio. Por onde passou, como no trabalho, na Telesp, na Covidro, colecionou amigos. Teve uma família maravilhosa, criou filhos e amigos , e ele foi para um plano mais elevado.
Na realidade a gente não morre; a gente fica apenas invisível. E o encontro com os amigos que ficaram é uma questão apenas de tempo, pois nós ainda não aprendemos a conviver com a morte.
Com certeza, a pracinha esta desfalcada. Quero usar as palavras do poeta Sergio Betencourt ,quando fez a música para seu pai Jacob do
Bandolim:
“Naquele mesa está faltando ele, e a saudade dele está doendo em nós”.