O Museu Casa da Xilogravura, localizado em Campos do Jordão, enfrenta um momento de incerteza quanto ao seu destino, após a recusa da Universidade de São Paulo (USP) em aceitar a doação do acervo e do imóvel por parte do fundador, Antonio F. Costella.
Em um comunicado divulgado nas redes sociais, Costella compartilhou a trajetória de sua preocupação com o futuro da instituição, destacando a oferta inicial feita à Pinacoteca do Estado de São Paulo, que, devido à pouca exposição de gravuras, levou a uma posterior decisão de destinar o acervo para a USP, juntamente com o imóvel adequado para exposições.
Após um processo formalizado em 2002, que envolveu a manifestação de interesse por parte da USP e a deliberação favorável do Conselho de Patrimônio Cultural, Costella formalizou a doação em um testamento assinado em 2003. A relação entre o Museu e a universidade se desenvolveu ao longo de duas décadas, incluindo atividades conjuntas e a gratuidade de entrada para membros e alunos da USP.
Entretanto, em uma reunião realizada em 26 de outubro de 2023, o Reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior recusou a doação, citando dificuldades na justificação dos custos de manutenção do Museu.
Essa recusa surpreendeu Costella, de 80 anos, que agora se vê em busca de um novo destino para o acervo e o imóvel.
O futuro do Museu Casa da Xilogravura permanece incerto, com a possibilidade de ser transferido para outro órgão público. A recusa da USP levanta questões sobre o papel das instituições na preservação do patrimônio cultural e destaca os desafios enfrentados por museus independentes em meio a questões orçamentárias.
Procurada pela reportagem do Guiacampos.com, a Assessoria de Imprensa da universidade não respondeu nossas mensagens até o momento do fechamento dessa matéria.