• Waldenir Cuin – Votuporanga/SP
“… na prática legítima do Evangelho não nos cabe apenas gastar o que temos, mas também dar o que somos”. (Emmanuel, no livro Fonte Viva, item 53, psicografia de Francisco C. Xavier.)
Incontestavelmente, têm muito valor, e são altamente benéficas, as doações materiais que fazemos em favor daqueles que seguem pela vida com necessidades maiores do que as nossas. No entanto, essa é uma demonstração muito pequena da virtude de qualquer um de nós que almeja verdadeiramente ser um cristão, pois é mais fácil dar alguma coisa do que doar-se.
É muito importante cobrir o corpo de uma criança legada ao abandono ou à pobreza, no entanto, precisamos, mediante o nosso esforço, desenvolver programas de ações que possam oferecer-lhe caminhos de esperança, objetivando conduzi-la a um futuro melhor.
É bom que nos interessemos em ouvir as lamúrias de um chefe de família desempregado, socorrendo-lhe com alguns donativos, mas nunca olvidemos a necessidade de trabalhar para a criação de novos empregos ou, pelo menos, caminhar com ele à procura de trabalho.
Será sempre oportuno lançar olhares de piedade ao mendigo da rua, mas, em circunstâncias alguma, podemos esquecer a nossa obrigação de dar exemplos de dignidade, moral e nobreza, visando evitar que outras criaturas caiam na sarjeta.
Tem imenso valor o prato de comida dado à porta ao irmão que bate, pedindo alimento, mas imperioso se torna que desenvolvamos mecanismos capazes de criar possibilidades para que ele ganhe, com o seu suor, o sustento de que tem carência.
Vale muito destinarmos contribuições materiais para aqueles que carregam o ideal de erguer casas assistenciais, visando amparar os desvalidos, mas estaríamos mais próximos do Cristo se nos juntássemos a eles na tarefa de ajudar a fazer os serviços.
Doar remédios aos doentes do corpo é atitude elogiável, mas precisamos fazer mais, trabalhando para que os doentes morais saiam da dependência dos tóxicos e outras mazelas, retornando à vida plena.
Discursar em tribunas públicas para exaltar o bem a ser feito deve ser a tônica de todos nós, mas logo em seguida precisamos descer delas para ajudar aqueles que caminham servindo ao próximo, pois quem só fala joga palavras ao vento.
Elaborar planos e projetos de atividades em favor dos necessitados é ação benfeitora, no entanto, depois de traçadas as metas, temos o dever de ser os primeiros a chegar no serviço visando pôr em prática as ideias planejadas.
Identificar os graves problemas que assolam e atormentam a sociedade é tomar consciência dos pontos críticos que promovem dor e sofrimento às criaturas, mas, imediatamente, após constatados tais redutos de estrangulamento social, indispensável que nos lancemos à luta buscando contribuir para a correção e ajustamento do mecanismo comunitário.
Agindo assim, estaremos muito mais do que doando bens e materiais para nos doarmos também, oferecendo a nossa gota de suor, a nossa cota de sacrifício e empenho pessoal, em favor do próximo, objetivando a construção de uma sociedade mais justa, fraterna e humana.
Reflitamos.
Muito mais que doar
jul 17, 2019Bruno FonsecaColuna Espírita (Agê)Comentários desativados em Muito mais que doarLike
Previous PostTaubaté confirma primeiro caso de sarampo em mais de 20 anos
Next PostAdoremos nosso Senhor e Rei!