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sexta-feira 15 novembro 2024
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Minha vida, meu Esporte Clube Taubaté

Nasci sob as bênçãos do glorioso Esporte E. C. Taubaté, bem perto da esplendorosa árvore que viveu até pouco tempo atrás e viu o novo Estádio Joaquim de Moraes Filho ser inaugurado.
O Esporte Clube, a partir daquele momento, passou a fazer parte da minha vida. Acredito que fui predestinado a estar sempre ao seu lado. Um clube que me deu muita alegria nessa vida terrena.
Para ser mais preciso, a casa onde minha família morava é atualmente o PAMO, ao lado da av. do Povo, e a 100 metros do “Joaquinzão”. Vivi ali quando era chamada Chácara Guisard, até aos quatro anos.
Conheci aquele pedaço nas palmas das minhas mãos . Aquela árvore de Eucalipto, entre a sede e o estádio, quando menino queria abraçá-la e dizia que quando ficasse grande meus braços conseguiria fazer todo o seu contorno. Lá era o caminho dos meus pais que trabalhavam na C.T.I, onde morava dona Esperança,onde havia uma porteira preta; hoje o lado esquerdo é o clube do E C Taubaté.
Conheci o túnel que saia do campo e chegava até a fábrica da CTI. A bica d´agua está lá até hoje , onde passa um riacho subterrâneo.
Fui menino ainda para o bairro da Estiva e depois para Vila São Geraldo. E logo aos 12 anos, em 1954, entrei nas bases do futebol do E C Taubaté, na categoria mirim, rotulado como “Time dos Sonhos”, como cita o radialista Adilsom Barbosa. que teve uma invencibilidade por mais de 4 anos. Os craques eram o Guido , Renato, Milton Barquete, Antônio Carlos (Eng° Agronômo), Angêlo R. dos Santos, Antonio Carlos Naldi, Frederico Testa, Bosquinho, Virgílio Gobo, Décinho, Garrincha, Oswaldo Crisante, Nardinho, depois Adilson Barbosa, Mirandinha, depois Zeno e Perruche.
Assistimos ao nosso Burrão ser campeão da segunda divisão de profissionais em 1954, com aquele time que está na lembrança dos taubateanos:(foto) Sergio, Rubens e Porunga-Cancan, Zé Américo e Ivan. Silvio, Taino, Berto , Benedito e Alcino , depois vieram craques como Mexicano, Celso, Ananias, Orlando Maia, Zé Carlos, Mario Branco, Mario Preto, Manteiga, Tek , Noca e tantos outros que marcaram época em Taubaté, como o técnico Aymoré Moreira, que foi da seleção Brasileira.
Permaneci em outras categorias como infantil, infanto-juvenil e juvenil até 1959, sendo hexa campeão pelo alviazul.
Saí do E C Taubaté para em seguida ser atleta profissional. Depois de jogar em vários times durante 10 anos, e em 1971 retornei para Taubaté quando fiz a reversão de jogador profissional para amador. Adivinhem onde fui jogar?! É evidente , no E C Taubaté.

TÉCNICO DO TAUBATÉ

Assim que me formei em técnico de futebol profissional , fui convidado para ser técnico em 1976, pelo ex presidente Benedito de Souza, o “Lolito,” e pelo vice Brasil Natalino. Aceitei sem renumeração, sendo o primeiro técnico a solicitar salários para alguns jogadores, como Antoninho Taino, Mario Cri Cri, Zil, Lelé, Banha, Franquinho, Clodoaldo, Jackson e outros craques, que não me vem à memória. Ainda solicitei que contratassem alguns profissionais como Geraldo, ex Corinthians e São Bento, Café, alguns atletas vindos do Rio de Janeiro. Após três anos, em 1979, a equipe foi campeã vencendo o rival São José, inclusive com alguns jogadores da época em que era técnico.
Com o título patrimonial, participei da chapa do Conselho Deliberativo do Clube. E, acabei ficando por vários mandados, com a oportunidade de atuar como diretor social. No Conselho Deliberativo, fui eleito para ser orador oficial por dois mandatos de seis anos cada; e assumi interinamente a presidência do Conselho, substituindo o Presidente Rubens Eduardo.
Em 2004 , quando o nosso glorioso EC Taubaté completava 90 anos, tive o desejo de transformar em música a gratidão que senti pelo clube , e compus uma música em sua homenagem, gravada em estúdio juntamente com as demais músicas, como hino do clube , que deverão estar na exposição no Clube do E C Taubaté .

HISTÓRIAS QUE VI E OUVI

Relembrando algumas passagens pitorescas do “Burrão” contra o Noroeste de Bauru, vou contar um fato que ocorreu com o goleiro do Taubaté era Henrique Schalch (do cartório). Ele vinha numa fase muito boa e estava para ser convocado para a seleção paulista .
Num descuido do goleiro do Taubaté, o goleiro do Noroeste (Roberto Navarro) devolveu a bola para o campo do Taubaté e acabou fazendo um gol de goleiro.
No ano seguinte, o Taubaté voltava para jogar em Bauru, e os torcedores do Norusca lembraram daquele gol. No domingo, de manhã , os jogadores do EC Taubaté foram liberados pela equipe técnica para passear pelo calçadão, que fica na rua Batista de Carvalho. E, quando os jogadores passaram em frente de uma loja muito conhecida na cidade, tinha um propagandista na porta, que perguntou ao pessoal que estava assistindo ao sorteio :
___Quem souber o nome do goleiro do EC Taubaté que levou o gol de goleiro do Navarro , ganha um prêmio ?
Leia mais no site do DT

Quase todos se lembravam daquele fato, menos o nome do goleiro. Foi quando um homem loiro alto, olhos azuis, muito elegante se aproximou e disse:
___ Eu sei seu nome!

__ Pois então dia, senhor!

___ É Henrique Schalch o nome do goleiro do EC Taubaté.
___Como você sabe?
___Porque eu sou o Henrique, o goleiro do Taubaté.

E ele acabou sendo premiado.

RADIALISTA BONANI-Outro jogo entre E C Noroeste de Bauru e o Esporte Clube Taubaté, jogo que aconteceu em Bauru . Um dos locutores que transmitia o jogo era o Bonani. E ele não pode viajar para Bauru, e resolveu transmitir o jogo pela rádio Auri Verde de Bauru.
Pela TV, ainda é viável; mas pela rádio é difícil. Mas, Bonani sem que ninguém percebesse, ousou transmitir o jogo.
Ele ouvia e repetia o que o locutor de Bauru dizia. Só que no intervalo, o locutor de Bauru fazia uma propaganda de café e dizia:
___Café Ouro Verde é o melhor café!
E o Bonani complementava:
___Nada disso ! Café é “Vitória”, o melhor café.

Ao final da história, desconfiaram da transmissão.

ANIVERSÁRIO- No último dia 1° de novembro, o Esporte Clube Taubaté completou 104 anos de existência, o nosso glorioso Alviazul.

Esteve em exposição no SESC-Taubaté um material que conta um pouco de sua história.

Foi o primeiro time do Vale do Paraíba, pois assim que Charles Miller criou o futebol em 1895, em 1914 teve primeiro jogo da Seleção Brasileira, e nasceu também o nosso Burro da Central

Acredito que somos todos iluminados pelas cores alviazul , “aquele azul que não era no céu , que não era do mar”, como versejou o poeta Paulinho da Viola.