Recordar é viver, e a Beatriz de Oliveira Costa Cruz nos dá essa oportunidade com o lançamento de seu livro “Minha Taubaté dos anos 1950”.
Ela conta os tempos antigos de nossa Taubaté abordando os casarões, estilos de roupas, malas que se usavam, principalmente aquelas bolsas de couro que as crianças levavam para as escolas, onde colocava cadernos e materiais escolares.
Relata fatos interessantes da época, relembrando que estudar piano fazia parte da educação das moças, como também aprender a costurar e a bordar. Ela cita o surgimento da televisão nos anos 50 e 60, onde todo mundo passou a ter televisão.
Ela não se esqueceu de falar das festinhas de sua infância. Não podiam faltar o doce “olho de sogra”, além do bolo de aniversário, bom bocados, beijinhos, bem casados, cajuzinhos, fios de ovos, pés de moleque, cocadinha e camafeu.
A gente se emociona ao lembrar-se dos carros modernos da época, um deles era o “Rabo de Peixe”, o famoso Cadilac, que era o sonho de sua avó Eudóxia.
Cita também a fábrica da Corozita, que foi um marco na indústria de botões em nossa cidade, e tinha uma escola que ficava numa sala lateral da Escola do Comércio ao lado oposto ao jardim da infância de Dona Mary Marcondes.
Ela ainda se surpreendeu quando foi conhecer aos 7 anos de idade a Coca Cola, onde seus sábios pais diziam que não passavam de água suja. Com saudades, lembra ainda quando tocava a sirene da Casa Cabral, ia para escola Monteiro Lobato, na rua das Palmeiras, vestida com saia azul e blusa branca, com o símbolo EML bordado no bolso, carregando sua mala de couro com os cadernos , livros e estojos, onde estudou com nossa rainha do rock Cely Campello, e eram amigas e brincavam com a coleção de bonecas de Celinha.
DIVERSÃO E DEVOÇÃO
Nas festas juninas, as meninas vestiam lindos vestidos de babados, se maquiavam ficando com as faces coradas e lábios pintados. Já os meninos com calças remendadas e camisas quadriculadas e bigodes pretos, todos com chapéus de palha, e os músicos tocavam acordeom e todos cantavam. Assim, relembra a autora de seus tempos de criança e adolescência.
Não perdia missas na catedral de São Francisco, como também os catecismos e sua primeira comunhão. Todavia, no carnaval suas fantasias estavam garantidas pela tia Marina Porto.
Férias estavam marcadas para decida da serra para Caraguatatuba, mas tinham que levar tudo, até comida.
Esta viva em sua memória cenas na Estação Ferroviária e seu jardim maravilhoso nos tempos que viajava de trem, o qual era muito movimentado.
Não podia esquecer o 7 de Setembro, onde vestia seu uniforme do colégio Bom Conselho: blusa branca de mangas compridas, saia pregueadas azul- marinho, com largas alças presas por botões dourados, no pescoço um laço fofo de seda azul com bolinhas brancas. “Que desfile de gala!”
A escritora descreve a história do “Frances voador” que eu vou deixar para vocês lerem com detalhes, como: o telefone da época, o mercado de Peixes; e as festas de Congada, parquinhos de diversões, o matinê no Cine Palas (o mercurinho) ; e em frente havia o famoso “futingh”, com as mocinhas desfilando pela rua e os marmanjos permaneciam parados e apreciando os giros das garotas que iam do cinema até à catedral.
Essas lembranças da juventude da escritora Beatriz, a nossa querida Beti, vou deixar que os leitores leia na íntegra essa história, não só pesquisada pela autora, mas sim vivida por ela. Parabéns, Beatriz Cruz por falar de nossa terra das Palmeiras, que consagrou Monteiro Lobato e todos os grandes, que estão na galeria das personalidades.
A ESCRITORA
Ela é natural de Taubaté, passou grande tempo de sua vida em São Paulo, formada em Letras pela USP, fez curso de pós-graduação na universidade de Paris, lecionou em escolas públicas e particulares , na acidade de São Paulo(notadamente no Lyceé Pauster) e também na aliança francesa de Taubaté.
É membro da ATL Academia de Letras de Taubaté, tem crônicas publicadas nos jornais Matéria Prima, Contato, ambos de Taubaté, e em site da internet. Recanto das Letras , Usinas de Letras e Ubaweb (revista O Guaruçá). Livros publicados: “O espelho da gordinha”.