Sempre me pego lembrando das boas coisas da infância e que saudades.
As coisas mudam e muito rápido, temos que nos adaptar, porque a evolução é inerente ao ser humano mas, a saudade está ali e a melancolia toma conta da gente. E, temos que dizer, tudo era muito simples e divertido, não havia frescuras, nem mimimi.
Às vezes me pego lembrando daquelas tardes empinando pipas, que maravilha ver a danada lá no alto, voando ao sabor do vento, verdadeira essência da liberdade.
Os jogos de bolinha de gude, inesquecíveis. O que eu mais gostava era jogar triângulo, você conhece? Durante alguns anos de minha infância joguei na rua, na escola, no campinho e cheguei a juntar mais de mil bolinhas que guardava, com carinho, em um balde velho.
Adorava andar de bicicleta, apostar corrida e cheguei a quebrar um braço em uma queda (e doeu pra caramba). Sempre havia riscos e sem falar nas brincadeiras improvisadas.
Perto da minha casa, onde hoje tem um grande supermercado, no final da descida do morro da monção, tinha uma plantação de taboas e de mamonas e lá ia a molecada “armada” de estilingue, que a gente mesmo fazia, e mamonas para a guerra no meio das taboas. Voltava para casa cheio de marcas das “mamonadas”.
E qual moleque daquela época não caçou rãs e iças? (Haja ferroada nos dedos dos pés)
Deixava meus pais loucos mas, havia liberdade, amigos, bagunça, divertimento, vida.
E as crianças de hoje? Brincam com celulares, tablets, internet…solitárias e enfurnadas dentro de seus quartos, vivendo isoladas em seus mundos particulares. Se concentram de uma tal maneira nos jogos que parecem nem respirar. Você não ouve a criança rindo feliz ou gritando de prazer. Falta divertimento, falta aventura, parece que falta serem crianças. Faltam as brincadeiras de pique, de esconde-esconde e etc…
Ah, na minha época tinha uma brincadeira muito legal que chega a parecer idiota mas, divertia muito. Arrumava um pneu e saia rodando, empurrando com a mão e “dirigindo” o danado pra lá e pra cá. Idiota, né? Sim, talvez. Mas, divertia, fazia a gente rir, correr, competir alegremente e se divertir e na volta para casa, cansado e com poeira até dentro das orelhas mas, feliz.
Os carrinhos de rolimã, outro em que levei muitas quedas e ralei muitos joelhos e cotovelos mas, nada que aquele merthiolate, que fazia sair água dos olhos, não resolvesse. Às vezes você ficava na dúvida se o que doía mais era o machucado ou o merthiolate. Hoje, nem arde mais. Ah, até isso perdeu a graça. Jogar taco então? Bom demais! Qual criança joga taco nos dias de hoje? E as queimadas? Eita, cada bolada levei mas “preguei” um monte nos amigos também.
Ah, e por falar em bolada, vem a melhor de todas as brincadeiras da minha infância, jogar bola no campinho…Ah, isso era bom demais. E hoje nem campinho tem mais.
Onde eu jogava, brincava e sonhava está cheio de casas, ruas…e as crianças brincam onde? Em seus quartos, solitárias, silenciosas e sem rir.
Nos dias de chuva, quando dava para escapar da mãe, lá ia a criançada tomar chuva, pisar no barro e chutar as poças de água. Quando a mãe não deixava sair, a gente comia bolinho de chuva (Que delícia!), jogava damas, víspora (será que ainda existe?), dominó, baralho e um jogo que eu gostava muito de nome “cidade” em que sorteava-se uma letra e tinha que encontrar uma cidade, um nome, um carro, uma fruta, um objeto e etc com aquela letra. Jogava a família toda e era só risada. Quando hoje que a família joga junto? Nunca. Eles não tem tempo para eles. Bons tempos que não voltam mais.
Tudo mudou e as crianças hoje são limitadas a jogos eletrônicos e nada mais.
Na minha época a mãe brigava pra gente sair da rua, hoje as mães adorariam ver as crianças irem brincar, pelo menos um pouco, na rua.
Mas, o tempo passou, como sempre passa, e que bom que ficaram, pelo menos, boas lembranças, muitas boas lembranças.
Minha infância
abr 11, 2019Bruno FonsecaCrônicas e Contos do EscritorComentários desativados em Minha infânciaLike
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