Mesmo em um cenário de pandemia, os metalúrgicos continuam tendo importante participação na economia de Taubaté. A categoria injetou R$ 850 milhões na cidade e região em 2020. O valor corresponde a salários, 13º, adicional de férias, PLR (Participação nos Lucros e Resultados), abonos e decisões judiciais.
É o que aponta um levantamento elaborado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) sobre a renda dos trabalhadores representados pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (Sindmetau).
A pesquisa mostrou ainda que a massa salarial (que inclui salários, 13º e adicional de férias) responde pela maior parte desses recursos: são R$ 668,72 milhões. Na sequência, vem PLR e abono (R$ 174,88 milhões) e decisões judiciais favoráveis aos trabalhadores (R$ 6,4 milhões)
Para efeito de comparação, considerando apenas a cidade de Taubaté, a massa salarial dos metalúrgicos equivale a 22% de toda a massa salarial do mercado de trabalho formal do município.
Para o presidente do Sindmetau, Cláudio Batista, o Claudião, conseguir manter a renda e o emprego dos metalúrgicos foi uma luta árdua do sindicato. “O ano de 2020 foi extremamente desafiador.
Defendemos os trabalhadores de todas as formas e o resultado é esse. Mesmo com a crise causada pela pandemia, a categoria ajudou a movimentar a economia de Taubaté.”
A economista Renata Belzunces, da Unidade de Atendimento Local do Dieese, disse que a participação dos metalúrgicos na economia de Taubaté é resultado da organização da categoria. “Eles provaram que ter direitos e organização para defende-los faz bem não só para os próprios trabalhadores e trabalhadoras, como para toda a região que se beneficia da renda gerada”.
Segundo Claudião, neste fim de ano o 13º será importante para o comércio de Taubaté. “Isso demonstra que os trabalhadores é que fazem o país andar e a economia girar. Por isso, nossa luta pela manutenção do emprego é fundamental”, afirmou.
Movimentando o comércio
É por meio da renda dos metalúrgicos que outros profissionais conseguem se manter na cidade. A afirmação é do proprietário do Supermercado Maneiro, José Pereira Gonçalves, conhecido como Zé Maneiro.
Natural de Lorena, o empresário tem o estabelecimento em Taubaté há 25 anos. Afirma que neste ano, em função da pandemia, o movimento foi mantido com uma participação expressiva dos trabalhadores do setor metalúrgico. “Os metalúrgicos representam de 30% a 40% da clientela do supermercado”, afirma Zé Maneiro.
O comerciante lembra ainda que, além do comércio, os salários dos metalúrgicos movimentam pequenos prestadores de serviços como pedreiros, mecânicos e costureiras. Uma verdadeira rede, que tem como origem o trabalho nas fábricas da cidade.
Giro na economia
Os dados sobre o volume de recursos injetados pelos metalúrgicos foram apresentados ao prefeito eleito, José Antonio Saud, em uma reunião na quinta-feira (17) no Sindicato. Ele reconheceu a importância do setor para economia de Taubaté. E revelou que uma das metas do seu governo será criar mecanismos para que esses recursos permaneçam cada vez mais na cidade.
“Hoje a pessoa gasta em Taubaté, mas parte desses recursos não fica aqui e é enviado para fora da cidade. Queremos criar maneiras de que o comércio local seja mais competitivo. Para que esse recurso seja gasto aqui e permaneça aqui, girando na economia da cidade e gerando mais empregos”, explicou.