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quinta-feira 14 novembro 2024
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Mediunidade na Bíblia

• Astolfo O. de Oliveira Filho – Revista Virtual O Consolador
Como responder a alguém que, valendo-se dos textos bíblicos, contesta a existência dos fenômenos mediúnicos?
Diz Léon Denis que o profetismo em Israel, de Moisés a Jesus, foi um dos fenômenos transcendentais mais notáveis da História. A origem do profetismo ali foi assinalada por imponente manifestação relatada pelo Antigo Testamento. Moisés havia escolhido 70 anciãos e, quando os colocou ao redor do tabernáculo, Jeová, um dos protetores espirituais do povo judeu e de Moisés em particular, revelou a sua presença em uma nuvem.
Moisés era, como ninguém ignora, médium vidente e auditivo, e foi graças a tais faculdades que ele pôde ver e ouvir Jeová na sarça do Horeb e no monte Sinai. Os fenômenos mediúnicos em sua vida foram, por causa disso, numerosos e expressivos. O condutor dos hebreus ouvia vozes quando se inclinava diante do propiciatório da arca da aliança. Recebeu no Sinai, escritas na lápide, as tábuas da lei. Magnetizador poderoso, fulminou com uma descarga fluídica os hebreus revoltados no deserto. Médium inspirado, entoou um maravilhoso cântico logo após a derrota do Faraó. E apresentou ainda um gênero especial de mediunidade – a transfiguração luminosa – quando, ao descer do Sinai, trazia na fronte uma auréola de luz.
Samuel, outro profeta judeu, quando dormia no templo foi muitas vezes despertado por vozes que o chamavam, falavam-lhe no silêncio da noite e anunciavam-lhe as coisas futuras. Esdras reconstituiu integralmente a Bíblia que se havia perdido, com o auxílio de um Espírito. Todo o livro de Jó está repleto de elucidações e inspirações mediúnicas e sua própria vida, atormentada por Espíritos infelizes, é um assunto que merece estudos acurados.
A história da mediunidade dos profetas judeus atingiu a sua culminância com a vinda de Jesus. A passagem do Mestre pela Terra revela, a cada hora, o seu intercâmbio constante com o Plano Superior, seja em colóquios com os emissários de alta estirpe, seja dirigindo-se aos aflitos desencarnados, no socorro aos obsessos do caminho, como também na equipe de companheiros, aos quais se apresentou em pessoa, depois da morte. E os próprios discípulos conviveriam com o fenômeno mediúnico, especialmente a partir dos extraordinários acontecimentos registrados no dia de Pentecostes que se comemorou imediatamente após a Páscoa da ressurreição.
Diz Emmanuel que naquele dia, como informa o livro de Atos (cap. 2, versículos 1 a 13), os apóstolos que se mantiveram leais ao Senhor converteram-se em médiuns notáveis, ocasião em que, associadas as suas forças, os emissários espirituais de Jesus produziram, por meio deles, fenômenos físicos em grande quantidade, como sinais luminosos e vozes diretas, além de fatos de psicofonia e xenoglossia, em que os ensinamentos do Evangelho foram ditados em várias línguas, simultaneamente, para os israelitas de procedências diversas.
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Uma pessoa normal que não tenha nenhum conhecimento do Espiritismo pode ser médium?
A resposta é sim. A mediunidade não é propriedade desta ou daquela religião e, portanto, pode haver médiuns em qualquer meio e em qualquer povo.
Moisés foi um médium poderoso, assim como Jeremias e mais tarde, na época do Cristo, João, o evangelista.
Maomé recebeu, em momentos de transe, as suratas que formam o Alcorão.
Em todos esses casos o mundo não conhecia ainda a Doutrina Espírita, que nos ensina que a faculdade mediúnica é inerente ao homem e, por isso, não constitui privilégio de ninguém em especial.
Segundo o Espiritismo, todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium, e raros são os indivíduos que disso não possuam alguns rudimentos.
Essa é a explicação por que certas pessoas que jamais viram ou ouviram Espíritos ao longo de uma existência, quando chegadas a certa idade puderam vê-los e mesmo ouvi-los, fato que também se dá nos casos de enfermidade prolongada que debilita o corpo físico e, com isso, favorece o desprendimento da alma.
Esclareça-se, no entanto, que para fins didáticos só chamamos de médiuns aqueles em que a faculdade mediúnica se mostra caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que depende de uma organização mais ou menos sensitiva.