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quarta-feira 22 janeiro 2025
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Mediunidade em crianças

• Astolfo O. de Oliveira Filho – Revista Virtual O Consolador
A mediunidade em crianças deve ser estimulada pelos pais?
O Codificador do Espiritismo e autor d´O Livro dos Médiuns formulou aos Espíritos que participaram da obra de codificação da Doutrina Espírita três questões relativamente à mediunidade em crianças, assunto que pode ser encontrado no item 221, parágrafos 6 a 8, da obra citada.
Eis, em resumo, o que eles lhe disseram:
1º. É muito perigoso desenvolver a mediunidade nas crianças, porque sua organização franzina e delicada ficaria abalada e sua imaginação superexcitada com a prática mediúnica. Desse modo, os pais prudentes devem afastá-las dessas ideias ou, pelo menos, só tratar do assunto do ponto de vista de suas consequências morais.
2º. Quando a faculdade mediúnica é espontânea na criança, é sinal de que se acha em sua natureza e que sua constituição a isso se presta. Já o mesmo não se dá quando é provocada e superexcitada.
3º. Não existe uma idade precisa para que uma pessoa passe a ocupar-se da mediunidade. Isso depende fundamentalmente do desenvolvimento físico e, mais ainda, do desenvolvimento moral. Há crianças de 12 anos que são menos afetadas que certos adultos.
Quanto a esta última observação, lembremos que vários médiuns que trabalharam com Kardec – como as irmãs Caroline e Julie Baudin, Ermance Dufaux e Srta. Japhet – eram bastante jovens. Ermance Dufaux contava então 14 anos de idade e já se havia tornado uma médium respeitada. As célebres irmãs Kate e Margareth Fox eram ainda adolescentes quando dos fenômenos de Hydesville, que, conforme sabemos, deram origem ao Espiritismo Moderno.
Qual é o significado da palavra médium?
Em seu magistral “O Livro dos Médiuns”, Allan Kardec trata do assunto em dois capítulos.
No cap. 14, ensina o Codificador do Espiritismo: “Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium”. No capítulo 32, Kardec assim define: “Médium, do latim medium, meio, intermediário – é a pessoa que pode servir de intermediário entre os Espíritos e os homens”.
A faculdade mediúnica é, portanto, inerente à criatura humana. Não constitui um privilégio exclusivo desse ou daquele indivíduo. Por isso mesmo, raros são os que dela não possuam alguns rudimentos. Podemos, pois, dizer que todos são mais ou menos médiuns, embora, usualmente, qualifiquemos como médiuns aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva.
Importante também dizer que essa faculdade não se revela da mesma maneira em todos. Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos dessa ou daquela ordem, donde resulta que formam tantas variedades quantas são as espécies de manifestações. No caso das crianças, por exemplo, até os 7 anos têm elas facilidade enorme para a vidência, faculdade que como que se apaga com o passar dos anos.