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quinta-feira 26 dezembro 2024
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Mediunidade e Médiuns

• Astolfo O. de Oliveira Filho – Revista Virtual O Consolador
O que é mediunidade e como desenvolvê-la?
Allan Kardec deu-nos a respeito do vocábulo médium dois significados:
“Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos.” (O Livro dos Médiuns, cap. 14, item 159.)
“Médium: pessoa que pode servir de intermediário entre os Espíritos e os homens.” (Obra citada, cap. 32.)
Diz Emmanuel que a mediunidade “é aquela luz que seria derramada sobre toda carne e prometida pelo Divino Mestre aos tempos do Consolador, atualmente em curso na Terra”, e não deve ser fruto de precipitação nesse ou naquele setor da atividade doutrinária, porque em tal assunto a espontaneidade é indispensável, considerando-se que as tarefas mediúnicas são dirigidas pelos mentores do plano espiritual. (O Consolador, questões 382 e 384.)
Ensina Léon Denis que o homem tem de se submeter a uma complexa preparação e observar certas regras de conduta para desenvolver em si o precioso dom da mediunidade. É preciso para isso, simultaneamente, a cultura da inteligência, a meditação, o recolhimento e o desprendimento das coisas humanas.
Divaldo Franco é, no tocante ao assunto, categórico. Segundo ele, a educação mediúnica exige, em primeiro plano, o conhecimento pelo estudo da mediunidade. A seguir, a educação moral e, como consequência, o exercício e a vivência da conduta cristã. Através dos hábitos salutares do estudo e do exercício do amor, o médium se libera de quaisquer atavismos para fazer-se ponte entre ele e o Criador, sob a inspiração dos Espíritos Superiores.
Para Yvonne A. Pereira, o melhor meio de desenvolver a mediunidade é não se preocupar com o seu desenvolvimento, mas preparar-se moral e mentalmente para poder assumir o compromisso de se tornar médium desenvolvido. E esse preparo não poderá ser rápido. Se a mediunidade não se apresentar assim, espontaneamente, naturalmente, é sinal de que ainda não está amadurecida o bastante para explodir.
Chico Xavier tinha pensamento semelhante. O desenvolvimento da mediunidade, dizia ele, deve ser o burilamento da criatura em si, porque o aperfeiçoamento do instrumento naturalmente permitirá ao Espírito comunicante manifestar-se em melhores condições.
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Qual é, segundo o Espiritismo, a primeira necessidade do médium, para que se torne um bom intérprete dos Espíritos?
Se – do ponto de vista do mecanismo da comunicação – a mediunidade, em si mesma, não depende do fator moral, do ponto de vista da assistência espiritual o fator moral torna-se relevante. Médiuns moralizados contam com o amparo de Espíritos elevados. E por médium moralizado queremos referir-nos ao médium que pauta sua vida como um autêntico homem de bem, procurando ser uma pessoa humilde, sincera, paciente, perseverante, bondosa, estudiosa, trabalhadora e desinteressada.
A primeira necessidade do médium, conforme inúmeros estudiosos, é evangelizar-se a si mesmo, antes de entregar-se às grandes tarefas doutrinárias, pois de outro modo poderá esbarrar sempre com o fantasma do personalismo, em detrimento de sua missão.
O médium eficiente é aquele trabalhador que melhor se harmoniza com a vontade do Pai Celestial, cultivando as qualidades que atraem os bons Espíritos e destacando-se pelo cultivo sincero da humildade e da fé, do devotamento e da confiança, da boa vontade e da compreensão.
Segundo o que Kardec escreveu em O Livro dos Médiuns, as qualidades que atraem os bons Espíritos são:
I. a bondade
II. a benevolência
III. a simplicidade do coração
IV. o amor ao próximo
V. o desprendimento das coisas materiais.
Os defeitos opostos a essas qualidades, evidentemente, os afastam de nós.