• Rogério Miguez
Trouxemos uma mensagem de esclarecimento sobre o tema de autoria de Thereza de Brito na psicografia de Raul Teixeira do livro Vereda Familiar.
“Tanto quanto as multiplicadas ocorrências que se nos deparam na experiência familiar, a desencarnação ou morte dos entes caros, mais hoje, mais amanhã, nos defrontará.
É considerável a dor, o desencanto ou mesmo a surpresa que se deverão abater sobre os corações.
Ninguém duvidará dos sentimentos que se mostrarão doloridos, quando se tenha que conduzir ao sepulcro os despojos dos que romperam as grilhetas da carne, dirigindo-se ao País da Verdade, despedindo-se dos vínculos da matéria.
É bem fácil concluir que esse sofrimento, ante alguém querido que parte, é uma das mais intensas dores que se pode sentir na Terra, mormente para os que aninham na mente as ideias de separação eterna ou de morte absoluta daqueles aos quais amam.
O caráter da morte, entretanto, é por demais relativo para que logre provocar tanto desconsolo, tamanha desolação nas almas que prosseguem atadas ao poste da saudade.
Na família cristã, que aprendeu as lições da ressurreição e da vida de ultra tumba, as ideias da morte não deverão promover qualquer ruína, na vivência comum, pela compreensão de que a vida persiste exuberante para além dos liames carnais.
O entendimento de que a morte, que aprendemos a chamar, com o pensamento espírita, de desencarnação, não faz mais do que deslocar-nos de um para outro setor vibratório, ou seja, dos tecidos da densificada matéria para a tecedura do Espírito.
Assim, na trajetória familiar, aprenderemos e ensinaremos aos nossos afetos, a manter regime de respeito pelos que se vão, sem que nos bandeemos para o ridículo dos excessos, dos disparates emocionais, que dizem tão pouco sobre os nossos verdadeiros sentimentos para com o afeto trespassado.
Guardemos silêncio em clima de oração, estaremos filtrando a própria dor moral pelos filtros do equilíbrio, da consideração aos nossos desencarnados.
Evitaremos, passadas as horas de tensão emocional e de amargura compreensíveis, o elastecimento do sofrer por meio das evocações torturantes e inconsoláveis.
Ao recordarmos os entes que demandaram o Além, busquemos os momentos de carinho, de trabalho, de alegrias, de amor, que com eles tenhamos convivido.
Muitas vezes o egoísmo dos que ficam na Terra, julgando-se excessivamente sofredores, fá-los olvidar-se dos que estão também sofridos e saudosos no Mundo Invisível. Os anos passam, sem que, no pressuposto de grande padecimento, lembre-se o encarnado de engajar-se no rol dos que se fazem úteis nos caminhos humanos.
O Espiritismo, que é doutrina de Vida por excelência, projetando luz sobre a questão do morrer, empolga-nos alvíssaras de Vida Nova, de conhecimento das profundas veredas do passamento, dando-nos a certeza de que a desencarnação faz-se a lei para a qual, no mundo, não se conhece exceção.
Perante os nossos parentes ou amigos que se lancem nas águas do rio da morte, envolvamo-los com as nossas vibrações de confiança em Deus, de ardente fé e de carinho, dando-lhes a cooperação dos nossos sentimentos onde quer que estejam os trespassados, lembrados por nós.
Na convivência do lar, desse modo, cuidemos de simplificar a compreensão da desencarnação, sem atirá-la à vala do barateamento que incentiva os anseios de autodestruição por parte dos emocionalmente descompensados; porém, não daremos ao fenômeno do definitivo desprendimento cores tormentosas e fúnebres, que, em realidade, a morte física não tem.
Conversemos sobre a desencarnação, com a nossa família, sem pieguismo e sem indiferença.
Cogitemos das questões da desencarnação, avaliando nosso cotidiano e as construções que estamos deixando no mundo, sem temores e sem horrores.
Iluminemos os pensamentos da desencarnação, conscientes de que, a cada momento, nos estamos aproximando do Além, por nossa vez, pois que sendo a desencarnação uma Lei do Universo material, as formas materiais começam o processo de desgaste, no começo da própria existência.
Diante das falas que anunciam morte e destruição, pelas propostas de erros e infortúnios que espalham, respondamos com a ação da vida imorredoura, que vai corroborada pela busca de união com o Criador, nos atos nobres e na disposição do bem de cada dia.”
Meditações sobre a morte
nov 02, 2018Bruno FonsecaColuna Espírita (Agê)Comentários desativados em Meditações sobre a morteLike
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