Com o objetivo de modular os efeitos das estratégias do distanciamento social, o matemático Osmar Pinto Neto, docente e pesquisador dos programas de Mestrado e Doutorado em Engenharia Biomédica da Universidade Anhembi Morumbi, cruzou dados, que levaram em consideração o número de leitos de UTI disponíveis no Estado de São Paulo e a quantidade populacional, chegando à conclusão de que se as pessoas tivessem extrema cautela fora de casa, tomando todos os cuidados orientados pela OMS (Organização Mundial da Saúde), como uso de máscara adequadamente, protocolo de higiene respiratória e distanciamento mínimo de 1,5 metros, a magnitude e a duração do distanciamento social necessários para manter o controle da pandemia poderiam ser menores.
São Paulo é o estado com maior número populacional do Brasil, com mais de 44 milhões de habitantes. Portanto, explorando estratégias alternativas de intervenção de Distanciamento Social para o Estado é de extrema importância observar vários fatores, que podem levar a diferenças nas estratégias de intervenção na COVID-19, como a quantidade de pessoas dentro do grupo de risco, condições ambientais e desigualdades socioeconômicas e socioculturais.
Os modelos sugerem, então, que o cenário ideal seria manter o Distanciamento Social atual (em torno de 50%), aumentando a proteção em 10% para usar a estratégia de janela de tempo entre 60 e 80 dias, conseguindo conter os dois primeiros picos da pandemia no Estado, garantindo que não haja colapso no sistema de saúde. “Isso significa que ao longo do tempo, poderíamos diminuir o Distanciamento Social, se as pessoas aumentarem seu nível de proteção.
Ou seja, temos que nos conscientizar de que não voltaremos ao normal, mas teremos que ter novas posturas e seguir à risca a etiqueta respiratória ao sair de casa. Do contrário, só poderemos sair do Distanciamento Social quando houver vacina”, explica o pesquisador.