Ministro considera aglomerações em parques e filas atitudes ‘claramente equivocadas’. Para ele, o ‘brasileiro não sabe se escuta o ministro ou o presidente’ na forma de lidar com a pandemia
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou neste domingo (12) em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, que os números e consequências da pandemia do novo coronavírus irão piorar muito.
O Brasil confirmou ontem a ocorrência de 1.223 mortes e 22.169 casos de covid-19, mas Mandetta admite: “Nós sabemos que esses números estão subestimados“, afirmou Mandetta.
“Maio e junho serão, realmente, os nossos meses mais duros. A gente tem diferentes realidades. O Brasil a gente não pode comparar com um país pequeno, como é a Espanha, como é a Itália, a Grécia, Macedônia e até a Inglaterra. Nós somos o próprio continente. Serão dias duros”, disse o Ministro de Saúde.
Antes de ir a Goiânia, o ministro visitou, no sábado (11), junto ao presidente Jair Messias Bolsonaro (sem partido), as obras do Hospital de Campanha de Águas Lindas de Goiás, que receberá pacientes com coronavírus no Entorno do Distrito Federal. Durante a entrevista, Mandetta falou sobre a postura do presidente de cumprimentar apoiadores que se aglomeraram para vê-lo.
“Preocupa, porque a população olha e fala: ‘Mas será que o ministro é contra o presidente?’. Não há ninguém contra nem a favor de nada. O nosso inimigo é o coronavírus. Se eu estou ministro da Saúde, é por obra de nomeação do presidente. O presidente olha pelo lado da economia. O Ministério da Saúde entende a economia, entende a cultura e educação, mas chama pelo lado de equilíbrio e de proteção à vida“, disse.