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terça-feira 26 novembro 2024
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Maio roxo alerta para as Doenças Inflamatórias Intestinais

Sem causas cientificamente comprovadas, as principais DIIs são a Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa
Instituído em 2010, o Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal – 19 de maio – é lembrado em mais de 50 países. A data, apesar de recente, foi abraçada por organizações médicas e de pacientes ao redor do mundo e fez nascer o Maio Roxo, mês em que a conscientização sobre doenças como Crohn e Retocolite Ulcerativa (responsáveis por mais de 95% dos casos de DIIs) ganha mais força.

Prevalente na população entre 20 e 40 anos, suas incidências vem aumentando nos países em desenvolvimento, segundo a Sociedade Brasileira de Coloproctologia. “Ainda não se sabe ao certo as principais causas que desencadeiam essas enfermidades, mas fatores imunológicos e a hereditariedade estão relacionados. Sabe-se que estresse e maus hábitos alimentares pioram os sintomas, que podem ir desde cólicas abdominais e diarreias crônicas em quadros mais leves, até sangramentos, dores intensas, perda de peso, fraqueza e outros sintomas nas formas mais intensas”, explica o Cirurgião do Aparelho Digestivo da Unidade Referenciada Oswaldo Cruz Vergueiro, Dr. Marcos Tacconi.

A diferença entre as duas principais inflamações intestinais está na disposição das áreas inflamadas. Enquanto a Retocolite Ulcerativa acomete apenas intestino grosso, a Doença de Crohn pode afetar todo o tubo digestivo, desde a boca até o ânus. “Tratam-se de condições crônicas, mas com tratamentos que na maioria das vezes permitem ao indivíduo levar uma vida normal, principalmente quando o diagnóstico se dá mais precocemente”, afirma Dr. Marcos Tacconi.

O tratamento de casos leves das doenças consiste no uso de medicamentos conhecidos como aminosalicilatos (como a sulfasalazina e a mesalazina), além de corticóides e drogas imunomoduladoras. Quando não controladas, as doenças inflamatórias intestinais podem desencadear complicações que dependem de cirurgias. “O uso de drogas imunobiológicas, já é uma realidade especialmente nos casos mais graves, e o desenvolvimento de novas drogas pode ser a grande aposta dos próximos anos”, conta o médico.

DII e câncer
Tanto a Doença de Crohn quanto a Retocolite Ulcerativa, aumentam significativamente o risco de câncer colorretal quando comparado com a população em geral, principalmente se não forem adequadamente tratadas. A previsão do Instituto Nacional de Câncer (Inca) é de que em 2019 sejam diagnosticados cerca de 36,3 mil novos casos de câncer colorretal. Este é o segundo tipo de tumor mais frequente em mulheres e o terceiro entre os homens. Nos Estados Unidos a doença é a terceira principal causa de morte relacionada ao câncer em homens e mulheres.