Candidato do PT diz ser contra o aborto e promete que não haverá interferência do Estado nos valores das famílias
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à Presidência da República pelo PT, divulgou, nesta quarta-feira, 19, uma “Carta Pública ao Povo Evangélico”, reafirmando seu respeito pelas liberdades coletivas e individuais e compromisso com a liberdade de culto e de religião no Brasil.
O documento foi divulgado no site oficial do candidato e entregue a pastores durante evento em São Paulo. O aceno aos eleitores religiosos era aguardado por algumas alas da campanha e toca em temas considerados sensíveis pelos eleitores cristãos: aborto, drogas e valores das famílias.
“Vivemos um período em que mentiras passaram a ser usadas intensamente com o objetivo de provocar medo nas pessoas de boa fé, e afastá-las do apoio a uma candidatura que justamente mais as defende”, afirmou o petista. “Por isso senti a necessidade de reafirmar meu compromisso com a liberdade do culto e de religião em nosso país”, continuou.
O ex-presidente diz ter “compromisso com a vida plena em todas as suas fases” e que é pessoalmente contra o aborto.
“Lembro a todos e todas que este não é um tema a ser decidido pelo Presidente da República, e sim pelo Congresso Nacional”.
Lula fez compromissos, ainda, relacionados às drogas, valores e fé cristã, prometendo trabalhar para manter os jovens longe das drogas e diz que caberá às escolas “apoiá-los dialogando e respeitando os valores das famílias, sem a interferência do Estado”.
Citando trechos bíblicos ao longo da carta, diz que o governo contribuiu para “melhorar a vida de milhões de famílias brasileiras” e que foi no seu governo que as igrejas mais cresceram.
O candidato aponta ações do governo do PT em prol dos evangélicos, como a Reforma do Código Civil assegurando a Liberdade Religiosa no Brasil, o Decreto que criou o dia dedicado à Marcha para Jesus e o Dia Nacional dos Evangélicos.
“Não há por que acreditar que agora seria diferente. Posso lhes assegurar, portanto, que meu governo não adotará quaisquer atitudes que firam a liberdade de Culto e de Pregação ou criem obstáculos ao livre funcionamento dos Templos”, completou.
O ex-presidente fez ainda o compromisso de não usar símbolos da fé para fins políticos-partidários e prometeu respeitar as leis e tradições que separam o Estado da Igreja.