Viagens de Gulliver é uma novela satírica que utiliza a estrutura de um livro de viagens para expor uma visão crítica da sociedade humana, que é vista pelo autor como negativa, brutal e ridícula. A obra se divide em quatro partes, cada uma das quais conta uma viagem a um lugar particular ou fantástico.
A obra foi escrita por Jonathan Swift (1667-1745) de origem anglo-irlandesa. Sua obra iinspirou-se em Rebelais e Cyrano de Bergerac.
Gulliver é um médico que viaja em um navio mercante. Um dia o barco naufraga e o protagonista chega a Liliput, cujos pequeninos habitantes medem 15 cm. O autor descreve com minúcia o país desses seres; a mudança de perspectiva que o pequeno tamanho de todos proporciona leva o autor a observar a sociedade humana – já que Liliput está cheio de paralelismo com a vida real – de outro prisma, pois as lutas que liliputianos travam entre si, ou a pompa do imperador, adquirem uma matiz grotesco. Gulliver ajuda os liliputianos em algumas tarefas.
Narrativa filosófica, relato e paródia dos registros de viagem. Muitas vezes é vista como prima do Robinson Crusoé, do inglês Daniel Defoe (1660-1731), outra viagem imaginária, cuja descrição foi publicada sete anos antes.
A obra tem como uma de suas bases a constante mudança de perspectiva. Gulliver é aquele que tem de decodificar os signos de um mundo estranho, aprender sua língua, a fim de poder adaptar-se e integrar-se. Sua narrativa apresenta-se como uma peça d acusação à miséria intelectual e moral dos ocidentais. As versões do romance para o público infantil costumam expurgá-la da devastadora violência que o caracteriza.
Prof. José Pereira da Silva
