O gênero dramático nasceu no final do século VI a.C. e alcançou esplendor máximo durante a democracia ateniense. Tinha uma função social e cívica, e suas representações estavam associadas a festividades religiosas. As obras que se conservaram atestam a profundidade do pensamento grego sobre o ser humano.
A Tragédia:o teatro grego tem como principal finalidade fazer o espectador refletir sobre os problemas que afligem o ser humano, de tal maneira que a representação da obra sirva de ensinamento. O espectador, ao ver os trágicos acontecimentos que recaem sobre as personagens, vive um sentimento chamado catarse (termo criado por Aristóteles), que o purifica, tranqüiliza suas paixões negativas e o torna melhor como pessoa e cidadão. Com ele, o teatro grego não é só diversão ou entretenimento, mas cumpre uma função de educação social.
Os argumentos das tragédias, extraídos sempre das lendas mitológicas, falam de temas sérios. Eles se centram nas consequências dramáticas da luta do homem contra o destino. A morte e a dor estão sempre presentes e funcionam como conseqüência e castigo para aqueles que tentam mudar seu destino. Os protagonistas da tragédia são heróis de origem nobre, portanto empregam uma linguagem elevada, solene e grandiloqüente, própria da altura e da categoria de suas personagens.
A representação de tragédias teve seu esplendor durante a democracia ateniense, no século V. a.C. As obras eram representadas em festivais dramáticos, patrocinados pelas cidades, em que o público assistia a diversas apresentações e um júri popular concedia prêmio às melhores tragédias.
A tragédia clássica era escrita em versos. Há partes dialogadas e partes cantadas, e nelas o coro cumpre uma função essencial, que comenta as peripécias dos protagonistas, oferece as réplicas, repete as idéias fundamentais e representa o sentimento coletivo.
Prof. José Pereira da Silva