A Inglaterra é, no século XIX, um país de grande tradição de leitores, graças à imprensa, firmemente solidificada, e às bibliotecas. A consolidação do romance publicado em partes, ou de folhetim, provoca uma verdadeira paixão que torna os escritores ídolos do público. Condicionados por esse sistema, os romances da época são extensos, de estrutura variável, cheios de suspense e com final feliz.
Charles Dickens (1812-1870) é o exemplo perfeito desse novo tipo de escritor de sucesso, tendo seus textos avidamente aguardados pelos leitores.
Os romances de Dickens, que sintetizam as tradições narrativas cultivadas desde o século XVIII, caracterizam-se por seu estilo realista e pela descrição vigorosa das personagens e ambientes, muitas vezes soturnos. Com a intenção satírica e certo sentimentalismo, está presente também um agudo senso de humor.
Entre as primeiras obras, a que mais lhe deu fama foi As aventuras do sr. Pickwick, um romance caricatural e humorístico. Oliver Twist, outro de seus romances mais famosos, é a história sombria de um pobre órfão; o tema da infância marcada por uma situação social difícil é frequente na narrativa de Dickens. Oliver Twist inaugura em sua narrativa o filão melodramático e sentimental que se prolonga em A pequena Dorrit, ou o famoso Conto de Natal, fábula moral com toques de fantasia.
Mais adiante, escreveu seus melhores romances , em que retrata a sociedade inglesa da época vitoriana, como o autobiográfico David Copperfield e Tempos difíceis, que descreve a vida dura do proletariado, outro tema frequente em Dickens. Outros de seus romances são Grandes esperanças e Um conto de duas cidades.
Prof. José Pereira da Silva