A segunda metade do século XIX é a época dourada do romance, associado ao triunfo social da burguesia. Em toda Europa os escritores descrevem com espírito crítico e realista a nova sociedade, mas é a França que, pelo conjunto de obras e autores, ostenta a supremacia nesse tipo de novela.
O romance demonstra ser o gênero adequado para retratar a sociedade capitalista movida pelo poder e pelo dinheiro. Seus traços facilitam uma perspectiva ampla e objetiva na descrição de ambientes e psicologias. O romance realista tem as seguintes características:
a) Verossimilhança: os argumentos se baseiam na realidade cotidiana, com personagens comuns. Além disso, situam-se no contexto contemporâneo do autor e do leitor.
b) Presença de um narrador onisciente, que sabe tudo sobre a trama e os protagonistas.
c) Sobriedade do estilo, simples e sem complicações formais. O escritor busca antes de tudo a clareza e a exatidão.
d) O protagonista em conflito com a sociedade, cuja solução quase sempre é fracasso dele.
A ascensão do romance realista é favorecida pela ampliação do público leitor ao desenvolvimento da imprensa periódica, que começou a incluir relatos e textos ficcionais.
Prof. José Pereira da Silva