Erasmo de Rotterdam (1469-1536) foi um grande defensor do estudo da história e da filologia, da aplicação de um método racional nessas duas áreas para chegar ao conhecimento. Assim, traduziu o Novo Testamento do grego para o latim, porque acreditava ser necessário uma aproximação do cristianismo aos evangelhos. Também editou obras de padres. Escreveu Adágios, uma coleção de estudos em que inclui um chamado “A guerra é doce para quem não a viveu”, em que expressa seu filme antibelicismo : a guerra é completamente proibida por Cristo, inclusive – ou especialmente – a guerra santa contra o infiel.
Erasmo, em outros livros, como Doutrina do príncipe cristão e o conhecido Elogio da loucura, aprofunda suas críticas à Igreja.
Para Erasmo, a virtude reside em saber sobrepor-se a certas paixões para ser capaz de discriminar o verdadeiro bem, baseado em uma moral humanista sustentada na razão, e às aparências falsas que a suplantam (riqueza, poder etc ).
Algumas teses de Erasmo apresentam pontos de contato com o protestantismo de Lutero, principalmente nos elementos de crítica à Igreja. No entanto, Erasmo acabou combatendo as teses de Lutero por certas incompatibilidades de pensamento. Em sua obra Do livre-arbítrio, Erasmo expressa como devem ser tratadas as grandes questões teológicas: com objetividade, tato, equanimidade e respeito pelas posturas alheias, já que, se não for assim, gera-se um enfrentamento que distancia o cristianismo da piedade, muito mais importante do que as discussões teológicas.
Prof. José Pereira da Silva
