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segunda-feira 25 novembro 2024
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Literatura em Gotas – Prosa grega

Os três principais gêneros literários da Grécia antiga – o épico, o lírico e o dramático – utilizam o verso por estarem vinculados ao canto e ao recital. A prosa surge com outros gêneros, que, além de proporcionar fruição estética, transmitiam conhecimento, permitindo que ele se conservasse para a posteridade.
Gêneros em prosa: Com a civilização grega nascem muitas disciplinas de conhecimento científico e humanístico. Essas disciplinas conseguem que, por meio de obras escritas em prosa, o conhecimento se transmita e se conserve para a posteridade.
Filosofia: Ainda que os primeiros filósofos tenham escrito em verso, os grandes pensadores gregos utilizaram a prosa – exceto Sócrates, que não escreveu nada, mas cujo pensamento foi registrado na obra de seus discípulos, principalmente Platão(428-347 a.C), que se preocupou muito com a forma de seus diálogos filosóficos(Fédon, O banquete, a República) e recorreu várias vezes a mitos para suas explicações. Aristóteles (384-322 a.C) compôs a Poética, um tratado literário muito influente tanto para a Antiguidade Clássica quanto para as Idades Média e Moderna.
Tratados Científicos: Hipócrates (460-370 a.C), famoso médico, é considerado o pai da medicina, à qual deu uma base científica. São atribuídos a ele numerosos escritos, que constituem o Corpus Hippocraticum e abordam diversas disciplinas médicas, bem como outras questões relativas à ciência e à profissão médica,como o famoso juramento hipocrático (uma espécie de código ético do exercício da medicina).
Oratória: A arte do discurso político ou jurídico adquire grande importância na democracia ateniense, já que os cidadãos tem a possibilidade de se expressar e discutir nas assembléias públicas. Entre seus principais representantes se contam Lísias (458-380 a.C), orador que se especializou em escrever discursos para serem pronunciados dia dos tribunais e Demóstenes (384-322 a. C), orador político que fez uma intervenção decisiva para manter a independência política de Atenas diante do rei Felipe da Macedônia. Contra Felipe, escreveu seus famosos discursos, chamados Filípicas, que influenciaram decisivamente os atenienses contra o poder macedônio.
História: Heródoto (484-424 a.C), conhecido como o pai da história por aplicar à historiografia critérios científicos, escreveu suas Histórias em nove volumes, em que recorreu à crônica dos países vizinhos à Grécia ( Pérsia, Egito etc) e concluiu narrando as guerras entre gregos e persas. Foi um grande narrador, claro , ameno e às vezes pitoresco, que recolheu lendas e vitórias compiladas em suas viagens.
Outro grande historiador grego foi Tucídides (460-404 a.C). Ao contrário de Heródoto teve uma concepção realista da história, rechaçando as lendas e as intervenções divinas nos acontecimentos. Sua História da guerra do Peloponeso detalha em oito livros e com grande rigor e exatidão a enorme guerra em que, durante 27 anos, atenienses e espartanos se enfrentaram .
Fábulas: As fábulas são relatos breves de origem popular, com ensinamento moral, protagonizadas por animais. Esopo (século VI a.C), uma figura provavelmente lendária, é considerado o criador do gênero. No século V. a.C., circulavam por Atenas muitas dessas fábulas, chamadas esópicas, que foram recolhidas e publicadas pelo político, filósofo e orador ateniense Demétrio de Falero no século IV a.C.

Prof. José Pereira da Silva