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sexta-feira 15 novembro 2024
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Literatura em gotas – Poesia épica Renascentista

No Renascimento , a poesia épica deixa de ter um caráter popular e se converte em um gênero culto de autor conhecido. Os poetas épicas renascentistas tomam como modelo a épica clássica, especialmente a Eneida de Virgílio.

São muitos os elementos da épica renascentista devedores das grandes epopeias Greco-latinas. A influência clássica não é igual para todos eles: em alguns é mais predominante e em outros, menos, mas é sempre uma das principais referências. Também existem poemas em que os ideais medievais e seu imaginário são tão importantes quanto os clássicos.

No entanto, poucos poemas da épica renascentista tratam de um assunto clássico, salvo algumas exceções, como a Francíada, de Pierre de Ronsard.

Com respeito à estrutura dos poemas, ainda que alguns tenham um claro molde medieval – com trama complexa e muitas digressões -, no geral apresentam uma estrutura clássica, ordenada e equilibrada, própria do gosto renascentista. Empregam-se várias formas métricas, mas a mais comum é o octossílabo real, estrofe de 8 versos e 11 sílabas, com rima consoante, cujo esquema é ABABABCC. Os poemas se dividem em vários capítulos chamados cantos.

Segundo o tema, as condições épicas se dividem em algumas classes:

– imitação direta da epopeia clássica: a Francíada de Ronsard;
– epopeias sobre aventuras heróicas contemporâneas: Os lusíadas, de Luís de camões (1525-1580), que conta as explorações geográficas portuguesas pela África e pelas índias, e a Araucana, de Alonso de Ercilla (1533-1594), que narra a vitória dos conquistadores espanhóis sobre os índios do Chile.
-epopeias de façanhas cavalheirescas medievais , situadas em tempo remoto e com a presença do amor: o Orlando enamorado, de Boiardo, e o Orlando furioso, de Ariosto.

Alguns desses poemas épicos tem contexto religioso, como Jerusalém libertada, de Tasso, que antecipa algumas das grandes epopeias religiosas cristãs, principalmente o Paraíso perdido e o Paraíso redescoberto, de John Milton, já no século XVII.

Prof. José Pereira da Silva