Ovídio: Dentro do gênero épico-mitológico, Ovídio (43 a.C, 17d.C) entrou para a posteridade com uma obra de grande beleza e valor literário, Metamorfoses, que contém uma seleção de cerca de 250 mitos. Entre eles, alguns passaram à posteridade, como os de Dafne, Ícaro, Narciso, Orfeu etc.
Ovídio foi o poeta que mais e melhor cultivou a elegia ( forma métrica que resulta da combinação do hexâmetro com o pentâmetro). Sua obra lírica se divide em duas : quando vivia em Roma, versou sobre o amor e erotismo, como em Heroidas e A arte do amar. Acusado pelo imperador de obsceno, foi condenado ao exílio. Durante seu desterro na costa do Mar Negro, escreveu duas obras elegíacas sobre lamentações, súplicas de perdão e saudade dos amigos.
Horácio: O mais completo e clássico dos líricos romanos, Horácio (65-8 a.C) atinge, na poesia lírica, o equilíbrio entre helenismo e romanismo próprio do Virgílio épico. Sua obra lírica por excelência são as Odes. Seus temas são muito variados : ele homenageia os amigos, Roma, o imperador Augusto, recria mitos, expressa idéias da filosofia epicurista – que valoriza a busca do prazer -, enaltece os grandes líricos gregos, conta episódios autobiográficos. Seus poemas se expressam com uma enorme variedade de versos e estrofes, e tanto a composição como a ordenação são muito variadas e inteligentes. Também cultivou a sátira nos Épodos, conjunto de 17 poemas muito virulentos, e nas Sátiras, de tom mais suave, em que critica comportamentos, defeitos e vícios comuns.
Catulo: Catulo (84-54 a.C) é o verdadeiro criador da lírica romana. Soube captar o espírito e a técnica dos líricos gregos para adaptá-los ao temperamento romano. Em suas composições predominam os poemas breves de conteúdo erótico, satírico e elegíaco. Seus poemas tem um caráter marcadamente pessoal, subjetivo e autobiográfico, o que o aproxima muito da sensibilidade e da poética atual. Seus epigramas (composições breves, de poucos versos) estão cheios de agudeza e enorme comicidade e acabam se tornando o modelo do próspero gênero satírico na época imperial romana.