O Vermelho e o Negro, é a obra-prima de Stendhal, pseudônimo de Henri Beyle (1783-1842) está a meio caminho entre duas estéticas: a romântica e a realista. Ele também reflete o conflito entre duas épocas, simbolizadas pelo vermelho do uniforme de Napoleão, que representa os valores do Iluminismo e da revolução, e o negro da bota, que simboliza a restauração dos valores do Antigo Regime. O romance foi publicado em 1831.
Julien Sorel é o protagonista do romance. É um jovem filho de um carpinteiro, que recebeu alguma educação e estudou no seminário. Vive em uma pequena localidade chamada Verrièdes. Ali pretende iniciar sua ascensão social como preceptor dos filhos do prefeito, o sr. de Rênal, um homem contrário às ideias liberais e, portanto, partidário da restauração da monarquia.
Logo o protagonista mostra suas ideias e forma de ver o mundo. É impulsivo , apaixonado e rebelde, e não está disposto a ocupar um lugar social que considera impróprio ao seu valor. Anseia ascender de classe social por meio de seu talento e educação. Por isso, admira muito a figura de Napoleão. Opta pelo sacerdócio como forma de subir socialmente. Além disso, imediatamente mostra seu apego às mulheres.
O herói deste romance de formação é uma figura ambígua, dúplice, dividida entre a aspiração do ideal, a nobre ambição que no seu entender era encarnada por Napoleão, e a vontade de ascender na sociedade.
Stendhal baseou-se em um fato ocorrido em 1827 para construir o tipo de jovem pobre em confronto com os privilegiados, que se recusam a dar um futuro aos talentos da nova geração.
Prof. José Pereira da Silva