O pai Goriot fala de Paris. As várias tramas que se entrelaçam no romance tem como objetivo mostrar o jogo social de aparências, ambições e desejos dessa cidade na primeira metade do século XIX. Para seu protagonista, Rastignac, confluem todos os enredos. Escrito por Honoré de Balzac (1799-1850). Goriot aparece ainda em dois outros romances do autor: Gobseck (1830) e Modesta Mignon (1844).
O pai Goriot começa na pensão da madame Vauquer. Ali vivem várias personagens do romance, como o próprio Rastignac, Vautrin, seu amigo e mentor, e o senhor Goriot, um homem que foi rico mas que empobreceu muito à custa de dar às filhas um status social maior do que ele podia, e por isso vive de maneira muito modesta.
Anastasie e Delphine, filhas de Goriot, são uma amostra viva da ingratidão por um pai. Conseguiram dele um dote elevado e casaram com homens de alta classe, mas não tem nenhum amor pelo pai, que tanto se esforçou por elas, o que entristece muito Rastignac.
A comédia humana, Goriot encarna o mito da paternidade. O ascendente mais próximo de Goriot é o Rei Lear (1608), de William Shakespeare (1564-1616). Balzac, um romancista que se pretendia historiador dos costumes, uniu em sua literatura as dimensões sociológica e psicológica.
Por ser um pai exagerado que Goriot acabou abandonado pelas filhas. A ambivalência dessa paixão que confere aos personagem a dimensão de mito. A obra é um romance de aprendizagem e ao mesmo tempo de decadência física, moral e social.
Prof. José Pereira da Silva