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quarta-feira 27 novembro 2024
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Literatura em gotas – Medo: superar pelas virtudes

O maior inimigo do ser humano é o medo. Este é diabólico, divide o ser humano, que fica incapaz de ação, precisamente nos momentos e para os atos que mais necessitam de coragem. Tempos difíceis não devem ser tempos de medo, mas tempos de coragem, de esperança, de fé.
As sete virtudes cristãs (temperança, a coragem, a prudência, a justiça, a fé, a esperança e a caridade) as virtudes são esteio prático e pragmático do cristão. O cristão, porque suportado por estas virtudes, não tem desculpas para ter medo e para não agir.O cristão tem obrigação de agir, pois está suportado pelas virtudes. Se o não fizer, não é cristão, é uma outra coisa qualquer. Não há cristãos que não se governem pelas sete virtudes: quem não se rege por elas não pode ser cristão.
Ser cristão não é apenas ter fé: sem o restante do septenário das virtudes, tal mundo é fé, mas, sim, vã crença de estúpido ou de impotente. O cristão não é impotente, porque segue o homem paradigmaticamente potente, Cristo.
Esta potência de Cristo não é confundível com qualquer forma de mundano poder político em seu mais vasto entendimento: é o poder, a potência, única, do amor, da caridade. O cristão segue Cristo quando realiza plenamente – ou procurar realizar no melhor que efetivamente consegue – as mesmas virtudes que Cristo praticou.
De todas as virtudes , a fé é o ato mais difícil, pois é esse que não tem senão forma a que se ater: a forma do próprio ato de crer como pascaliana aposta no bom fim de tal aposta. Nada mais há a que esse que tem fé se possa “agarrar”.
No entanto, sem fé, nenhum ato é possível. Não se trata apenas da fé teologal, mas de todo ato de acreditar em algo, isto é, de pôr a inteligência, o desejo e a concretizadora vontade, em algo cuja presença é apenas da ordem da notícia, do possível, sem mais.
Sem ato de fé, radical, radical mesmo no mais profundo laicismo, ninguém age, porque não é possível qualquer movimento voluntário, própria, sob pena de que, movido, me aniquile.
Cada ato, dos meus atos de cada dia, implica, para ser possível, que acredite que sua concretização, ao alterar o meu estado ontológico, não me precipite no nada.
São estes tempos pelos quais passamos excelentes – se bem que dramático e trágico – oportuno ato em que nos encontramos mergulhados de forma geral involuntário, mas que podemos, em nossa fragilidade e vulnerabilidade, agir, segundo a temperança, a coragem, a prudência, a justiça, a fé, a esperança e a caridade.
É tempo de caridade. Todavia, não há caridade sem que esta se faça acompanhar por todas as “irmãs mais novas”. Sem qualquer das outras virtudes, a caridade é impossível, ou porque não sabe de seu fim, ou porque não dispõe dos meios de agir.
Podemos, assim, perceber que o antídoto para o medo não é apenas a evidente coragem, mas o septenário das virtudes, que permitem que se beba o cálice em ato de amor, inteligente e eficaz, pelo outro, que é, como agora bem se compreende, toda a humanidade.