A Rússia irrompe no panorama da literatura europeia do século XIX com uma força inusitada. Os grandes escritores desse período refletem a complexidade da gigantesca sociedade, submetida ao despotismo dos czares e marcada pela miséria dos camponeses.
Durante o século XVIII a Rússia se abre à influência europeia e sua cultura se incorpora aos movimentos do continente com o tímido Neoclassicismo, já no século XIX o Romantismo marca profundamente a literatura russo.
Seus escritores, influenciados pelo pensamento liberal, mostram-se contrários ao absolutismo czarista, o que os torna muito viciados pela censura.
São importantes para o Romantismo os poetas Vasili Zhukoski (1783-1852), que inroduz na Rússia os grandes autores europeus, e Fiodor Tiutchev ( 1803-1873), poeta de profunda sensibilidade.
Mas sem dúvida é Alexander Pushkin (1799-1837) a grande figura do período e o renovador da literatura russa. Cultivou todos os gêneros : a poesia (O prisioneiro do Cáucaso), a épica, as lendas folclóricas (Ruslan e Ludmila), o teatro (Boris Godunov) e a narrativa ( Contos de Bielkin).
Pushkin é considerado o poeta nacional russo e o fundador de sua literatura moderna, a que trouxe um lirismo de inspiração byroniana, o gosto romântico pelo exotismo e a nova energia do romance histórico e realista do século XIX. Suas duas obras mais importantes são: a) Eugênio Oneguin, romance romântico em verso, de ambientação realista. Narra as peripécias amorosas do herói protagonista; b) A filha do capitão, romance histórico ambientado durante a rebelião de Pugachev (século XVIII), que relata um amor malfadado.
Outro importante autor romântico é Mikhail Lermontov (1814-1841), amigo de Pushkin e morto em duelo com ele. Escreveu poesia (seu poema mais conhecido é O demônio), além do romance autobiográfico Um herói de nosso tempo, que descreve o protótipo do herói romântico durante as guerras do Cáucaso.
Prof. José Pereira da Silva