A Inglaterra do século XVIII é marcada pelo esplendor político, social e econômico. Os dois fenômenos mais importantes na literatura são a consolidação do romance em direção à modernidade e a afirmação pré-romântica do sentimento.
A própria denominação desse período deixa clara sua filiação clássica, cujo ideal de equilíbrio se adaptava perfeitamente ao caráter inglês. Um dos gêneros mais em voga era a literatura de viagens, utilizada como meio para criticar a própria realidade de outros pontos de vista.
Um desses livros é Robinson Crusoé de Daniel Defoe ( 1660-1731), que narra as aventuras do náufrago em uma ilha deserta. O romance alcançou um sucesso que chega aos dias de hoje, quando é lido como um texto infanto-juvenil, apesar de se tratar da epopéia do esforço racional do homem para vencer a natureza.
O irlandês Jonathan Swift (1667-1745) foi um espírito mordaz satírico. Seu romance Viagens de Gulliver faz o mesmo tempo paródia da literatura de viagens e uma dura crítica, do ponto de vista ilustrado, da sociedade humana. Sua ambientação fantástica ( no país de Liliput, habitado por anões) faz com que ele seja lido apenas como livro infantil, eliminando-se as duas últimas partes, mais aterradoras.
Um terceiro autor importante é o poeta Alexander Pope (1688-1744). Começou sua carreira com uma obra inspirada em Virgílio, Pastorais, e mais adiante se dedicou a uma poesia irônica e humorística. Suas traduções da Ilíada e da Odisséia ficaram muito famosas. Ele escreveu obras como Ensaio sobre a crítica, Ensaio sobre o homem e a epopéia burlesca .
Prof. José Pereira da Silva