Fausto é uma das obras literárias fundamentais da literatura mundial. Peça teatral escrita em verso aborda uma série de questões relacionadas à natureza humana e caracterizadas por sua profundidade. Nela, Goethe empregou uma nova linguagem teatral que rompe com as convenções do gênero , tanto no tema quanto na estrutura.
A obra se compõe de duas partes. A primeira parte, é mais conhecida. A segunda é mais complexa, escrita de forma alegórica, com simbolismos obscuros, e sua localização é atemporal e geograficamente difusa.
A primeira parte tem uma introdução e dois prólogos: um no teatro, que discute o gênero e as possibilidades de representação; e outro no céu, em que Mefistófeles fala com Deus e os anjos, e estabelece o ponto de partida da obra – Mefistófeles e Deus fazem uma aposta sobre a possibilidade de o primeiro ser salvo ou condenado. Depois, começa o ato único, dividido em 25 cenas. Na primeira vemos Fausto, um sábio , expressar sua vontade e preocupação: O espírito da terra aparece a Fausto, invocado por suas lamentações. Wagner , um discípulo de Fausto, fala com ele; a conversa, bem como um passeio que fazem juntos e outro monólogo de Fausto, permite insistir na infelicidade por não gozar plenamente da existência e alcançar a sabedoria. Quando Fausto volta a seu gabinete, um cão o acompanha.
Poucas vezes um personagem literário e seu autor chegaram a ligar-se tão estreitamente quanto Fausto e Goethe.
Abundante, desconcertante e ambiciosa, a obra de Goethe não se deixa resumir com facilidade. O homem fáustico remete ao ideal da geração romântica e traz de volta o mito de Prometeu. Fausto é um herói grandioso, que na sua desmesura aponta para a revolta do homem, para a sede infinita e o desejo de agir.
O mito permanece vivo, aberto a todas as interpretações. Fausto é revisitado à luz das ideias modernas de força e poder.
Prof. José Pereira da Silva
