Fabrice del Dongo é um dos personagens principais do romance A Cartuxa de Parma ( 1839), de Stendhal (1783-1842), publicado nove anos depois de seu outro romance, O vermelho e o negro.
Fabrice , jovem aristocrata milanês, fascinado pela figura de Napoleão, alista-se aos 17 anos no exército formado pelo imperador, após seu breve exílio de Elba, e combate em Waterloo (1815). De volta à Itália e graças à afeição de sua tia, a Condessa Gina de Sanseverina, Fabrice torna-se vigário auxiliar do Bispado de Parma, cidade que se achava então sob a autoridade do Conde Mosca. Mas, depois de um duelo, é encarcerado na Torre Farnese. É lá se apaixona pela filha de seu carcereiro, Clélia: movida pelo amor filial, Clélia jura que não voltará a vê-lo. Fabrice, agora um talentoso pregador, reencontra Clélia, com quem vive intensa paixão, mas na sombra, o juramento obriga, terão um filho, Sandrino, que morrerá muito cedo: sua morte acarretará a de Clélia. Fabrice retira-se para a Cartuxa de Parma, onde morrerá.
O itinerário de Fabrice revela a incapacidade da geração romântica quando se trata de fazer a História. O interesse do romance reside na arte com o qual o romancista francês imprime vida aos seus personagens.
Ao fracassar na tentativa de tornar-se um herói no teatro da guerra, o personagem stendhaliano descobre, do alto da torre, a vida interior e a plenitude.
Prof. José Pereira da Silva