No Brasil, o destaque é a civilização ioruba, da África Ocidental (Benin, Nigéria), fundada em sociedades religiosas e secretas: ogboni, elecó, egungun, gueledé, definindo princípios éticos e morais mantidos na mitologia do orixás e dos eguns ancestrais. Assim, elementos visuais, sonoros e mesmo comidas encontram soluções estéticas e funcionalidades no que é sagrado, definindo pactos entre o homem e seus deus. São os princípios da vida e da morte.
Para os ioruba, os orixás criadores do homem e do mundo, orixás funfun, que vestem branco, ancestrais masculinos Eguns, ancestrais femininos Iás presentes nas gueledés; o culto dos gêmeos Ibejis; a mães que vieram das águas.
A principal identificação dos ioruba está no rosto. São três lanhos paralelos em cada face, escarificações que lembram a marca da pantera, a marca banja; pois os desse povo são filhos da pantera. Esse elemento estético simbólico é lembrado na diáspora, no caso brasileiro, com as pinturas corporais na iniciação religiosa no candomblé, quando o iaô, noviço, por meio do efum, pigmento natural branco, recebe as mesmas marcas no rosto, tornando-se também filho da pantera.
A estética ioruba está também na cabeça de mulheres e homens, com as tão conhecidas trancinhas nagôs, e está, principalmente, nos adornos corporais, nas chamadas jóias ´tnicas, no uso de cores, na profusão multicolorida dos panos, das roupas, dos turbantes, dos acessórios em couro e em fibras naturais entre outros.
Por José Pereira da Silva – professor de História