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quarta-feira 9 outubro 2024
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Literatura em gotas – Épicas germânica e francesa

A mitologia e as lendas antigas dos povos do norte europeu chegaram até nós por meio de várias composições épicas:
a) A canção de Hildebrando( século VIII). É o canto germânico mais antigo que se conserva.
b) Beawulf (século IX). Nesse poema anglo-saxão, o histórico rei godo Beowulf se transforma em um cavaleiro lendário e luta contra monstros e dragões.
c) Os Edda são um conjunto de cantos breves noruegueses e islandeses, dos séculos IX a XIII, cujos temas abraçam tanto lendas mitológicas como sucessos contemporâneos.
A principal obra germânica é um extenso poema, A canção dos Nibelungos, muito antigo, mas cuja versão definitiva é do início do século XIII. Narra as aventuras fantásticas do herói Siegfried.
Desenvolvimento bem maior tiveram as canções de gesta na área das línguas românicas. Ainda que existam em vários idiomas, a maioria está em língua francesa. Esse amplo conjunto de poemas épicos se caracteriza por:
a) Deformação lendária da história da França;
b) Inspiração cristã e favorecimento divino dos heróis;
c) Abundantes elementos fantásticos e maravilhosos;
d) Descrições detalhadas de batalhas e acontecimentos.
A grande quantidade de títulos pode se agrupar em três ciclos:
a) Ciclo de Carlos Magno. É o mais importante. Seus cantos narram a história de seus antepassados (Berta dos pés grandes), sua juventude (Mainete), suas viagens (Peregrinação de Carlos Magno) e suas lutas contra os muçulmanos ( Fierabras, A canção de Rolando).
b) Ciclo de Garin de Monglane e de Guilherme. Está centrado em uma linhagem de heróis defensores do poder real, mas mal recompensados por ele. Nesse ciclo, destaca-se a Canção de Guilherme.
c) Ciclo de Doon de Mogúncia. Conjunto de cantos soltos de senhores feudais rebeldes contra os reis da França, como Raoul de Cambrai e Renault de Montauban.
A melhor e mais antiga obra que se conserve é A canção de Rolando. Essa obra, de finais do século XII, inspira-se na derrota histórica de Carlos Magno em um desfiladeiro nos Pirineus.

Prof. José Pereira da Silva