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quinta-feira 26 dezembro 2024
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Literatura em gotas – Dostoievski e Tolstoi: prosa russa

A prosa russa da segunda metade do século XIX produziu dois dos maiores escritores de todos os tempos.
Fiodor Dostoievski (1821-1881) deixou à posteridade uma magnífica obra literária de extremo realismo, caracterizada pela profundidade dos problemas existenciais que discute e pela complexidade psicológica de suas personagens torturadas, enfrentando a própria consciência, o destino, a vida e Deus, que marcaram profundamente a vida russa posterior.

Seus primeiros romances, como Pobres gentes e Noites brancas, mostram a preocupação do autor com o sofrimento humano e antecipam a visão compassiva com os deserdados que se mostram plenamente em Humilhados e ofendidos.

Sua experiência na prisão siberiana se reflete em Memórias da casa dos mortos, e sua fixação pelo jogo em O jogador. Memórias do subsolo anuncia a complexidade psicológica e argumentativa de suas obras-primas: Em crime e castigo, Os irmãos Karamazov, O idiota, Os demônios.

Liev Tolstoi (1828-1910) forma um quadro gigantesco e descritivo das idiossincrasias e costumes russos. Em suas novelas, aborda com realismo a situação do homem diante de uma sociedade hostil, busca a simplicidade expressiva, obtida graças a uma elaboração cuidadosa, e analisa com profundidade o caráter de suas personagens.

Na juventude, escreveu uma autobiografia em três partes e refletiu sobre a experiência bélica em Crônicas de Sebastopol, cujo realismo cru lhe causou problemas com a censura.

Seus dois grandes romances, obras-primas da literatura universal, são: Guerra e Paz, Anna Kariênina.
Escreveu romances curtos: A morte de Ivan Ilich, Sonata a Kreutzer e a sua última novela Ressurreição.

Prof. José Pereira da Silva