Henri Beyle, mais conhecido pelo pseudônimo Stendhal (1783-1842), escreveu livros sobre pintura, viagens e biografias, nos quais o impulso vital romântico é dominante.
Até o final da vida, escreveu romances que lhe deram fama, em que o sentimento romântico – ainda presente em diversas ocasiões – divide-se com a necessidade de refletir, como em um espelho, a vida e a sociedade.
De fato, ele é considerado um dos romancistas fundamentais do século XIX, pelo realismo e penetração psicológica que demonstra em suas personagens, assim como pela novidade que é a narração direta e objetiva.
O amor, sentimento que analisa no ensaio Sobre o amor, constitui um tema fundamental na trama de muitos de seus romances entre os quais merecem especial menção:
a) O vermelho e o negro: narra a tentativa fracassada de ascensão social e conquista da própria felicidade por parte de uma personagem da classe humilde, sem mais recursos que a sua ambição. O protagonista, Julián Sorel, converte-se em um símbolo do rebelde inconformista que emprega todos os recursos para fugir de sua posição social. Stendhal, com uma atitude neutra e um estilo sóbrio, traça uma radiografia da sociedade burguesa de seu tempo.
b) A cartuxa de Parma, ambientada na Itália, trata das vicissitudes de um jovem aristocrata que, repudiado por sua família, empreende uma carreira eclesiástica e política, na qual triunfará graças inúmeras intrigas e ao sacrifício de seu grande amor.
Prof. José Pereira da Silva