Crime e Castigo coloca um conflito moral: pode o assassinato ser lícito em algum momento? Raskólnikov, o protagonista, vive imerso na pobreza e decide assassinar uma velha avarenta por causa de dinheiro. Mas o motivo real de Raskóilnikov não é a recompensa financeira, e sim demonstrar a si mesmo que ele é um homem decidido e que as leis das pessoas normais não o afetam, pois está acima delas.O protagonista do romance é um estudante que tem dinheiro apenas para sobreviver, apesar dos esforços da mãe e da irmã Dunia. Raskólnikov se indigna com Dunia porque ela quer casar com um comerciante, e ele sabe que o matrimônio é por interesse, para ajuda-lo. Assim, decide agir e matar a velha usurária que guarda dinheiro em casa.
Crime e Castigo é um romance de Fiodor Dostoiévski (1821-1881) inspirado na experiência que o autor teve na prisão, como condenado a trabalhos forçados.
Como indica o título do romance, após o crime virá a espera, ou melhor, a esperança do castigo. O livro é visto como um romance policial. O personagem aparece o tempo todo em estado de exaltação, vítima da febre e do delírio.
Uma vez feito o crime começa o lento trabalho da consciência. Nenhum projeto futuro é imaginado pelo assassino, o que elimina o utilitarismo no qual ele pretensamente se inspirava. Como ocorre na obra de Dostoiévski, o castigo aparece como uma espécie de morte, um apocalipse que preludia uma ressurreição.
É o regime de trabalho forçado que , no fim do romance, proporciona a Raskólnikov, juntamente com a ressurreição , a paz. Ele deixa de desprezar a humanidade, aprende a reconhecer seus semelhantes.
Prof. José Pereira da Silva