O Neoclassicismo fez com que a literatura francesa do século XVIII fosse, em muitos sentidos, um prolongamento do período anterior.
Mesmo assim, as idéias iluministas inspiraram, no final do século, a queda do regime absolutista por meio da Revolução Francesa (1789).
Suas principais figuras, pensadores multifacetados e combativos, não duvidaram em recorrer à literatura para difundir seu pensamento.
a) Charles-Louis Secondat, barão de Montesquieu (1689-1755), alcançou grande êxito com seu tratado político Do espírito das leis, em que defende a separação de poderes no interior do Estado. Em seu romance epistolar Cartas Persas traça uma visão crítica da sociedade francesa, através, através dos olhos de viajantes persas que visitam o país.
b) François-Marie Arovet, conhecido como Voltaire (1694-1778), é o protótipo do pensador iluminista. Além do seu Dicionário filosófico, escreveu inúmeras pequenas obras e panfletos sobre todo tipo de temas (Tratado sobre tolerância, O filósofo ignorante). Sua produção literária também é imensa, pois foi poeta e dramaturgo.
Seus relatos alegóricos que expõem problemas morais com uma visão pessimista do homem tem muita força. Entre eles destacam-se O ingênuo e sobretudo Cândido ou O otimismo , sua obra-prima, em que a bondade natural do protagonista se choca continuamente com a sociedade humana.
c) Denis Diderot (1713-1784), além de dirigir A Enciclopédia, escreveu obras de teatro e de teoria teatral, assim como várias novelas com uma prosa inteligente. A religiosa, confissões de uma monja sem vocação; Jacques, o fatalista, um diálogo entre Jacques e seu amo em que se entrelaçam muitas histórias; o Sobrinho de Rameau, cujo protagonista resume as principais idéias do autor.
d) Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) é o grande dissidente do iluminismo. Sua produção mais propriamente literária se centra na Nova Heloísa, um enorme romance epistolar sobre o conflito entre o amor e o dever, que obteve grande êxito; Emílio ou Da educação, livro a meio caminho entre o romance e um tratado sobre educação de enorme influência na futura pedagogia; e Confissões, a primeira autobiografia espiritual desde Santo Agostinho.
Prof. José Pereira da Silva